Cerca de 400 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul ocuparam, na madrugada desta quarta-feira, a fazenda Bom Sossego, em Cruz Alta, região central do Estado. Os agricultores montaram acampamento na área localizada às margens da BR-158, a seis quilômetros da cidade.
Segundo a Polícia Militar, os manifestantes estão acampados em terreno distante da sede da fazenda. O coordenador do grupo, Nilton Lima, disse que os sem-terra vão ficar no local até que seja cumprido o plano nacional de reforma agrária e assentadas as duas mil famílias acampadas no estado.
Esta é a segunda área ocupada pelo MST no Rio Grande do Sul neste mês. A Fazenda Guerra, localizada em Coqueiros do Sul, no norte gaúcho, abriga desde o último dia dois, cerca de 700 sem-terra. Os manifestantes prometeram sair do local após o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) indicar um local para assentamento das famílias.
A nova onda de protestos promovida pelo MST, o "abril vermelho", segundo definiu João Pedro Stédile, um dos líderes do movimento, já chegou a 73 ocupações em todo o país. Em São Paulo, a fazenda Santa Fé, em Sandovalina, foi ocupada por 550 famílias. A cidade fica no Pontal do Paranapanema, região oeste do Estado.
Segundo o MST, a Santa Fé é devoluta, ou seja, uma terra sob suspeita de ter sido grilada, fato contestado pela Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo. Ainda no interior paulista, o movimento informou que ocupou, no sábado, a fazenda Marabá Paulista. A propriedade está na região recém-adquirida pelo Estado para fins de reforma agrária.