Adeptos da intolerância e da barbárie vão às ruas no dia 16

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Publicado quinta-feira, 13 de agosto de 2015 as 14:58, por: CdB

Por Marilza de Melo Foucher – de Paris:

Em geral, quem vai para a rua no dia 16 de Agosto defende os privilégios e a perpetuação de abusos de poder como este recente aumento pedido para os ministros do STF, com salários escandalosos. Estes se juntarão aos que vomitam ódio nas redes sociais, praticam agressividade a todos que não pensam igual a eles, desrespeitam as autoridades republicanas, ameaçam de morte, de estupro as mulheres combatentes.

As 'margaridas' brotaram para deter a onda fascista que se formava no horizonte
As ‘margaridas’ brotaram para deter a onda fascista que se formava no horizonte

Eles são intolerantes e não têm capacidade para ouvir. Muitos que irão desfilar querem um Brasil sem índios, sem negros, sem homossexuais; eles são contra as minorias, assim como não aceitam progresso com justiça social. São contra qualquer programa de inclusão social; não suportam ver suas empregadas nas universidades, exigindo direitos; nem um negro se formando doutor. Não suportam viajar de avião com quem já foi pobre!

Existe um grande número de analfabetos políticos no Brasil. Até hoje, eles não fazem diferença entre as tendências de esquerda, desconhecem as correntes politicas dos séculos XIX e XX. Para eles, ainda existe União Soviética e todos são comunistas que comem criancinhas. Que deveriam morar em Cuba, aquela ilha que faz parte da União soviética. O Lula, que nunca foi comunista, para eles além de comunista é um diabo barbudo!

Eles estão disposto a quebrar tudo, querem desordem para ocupar o poder e discipliná-lo à sua maneira. Apostam no fracasso da economia, querem ver um Brasil falido, endividado, sem finanças para manter a educação, a saúde, a cultura, moradia para os pobres, sem terras para os pequenos agricultores, sem terras para os povos indígenas, para os quilombolas.

Assim, se a guerra civil for declarada e eles chegarem de volta ao poder, os direitos sociais serão banidos. O Brasil será “a república dos que têm” . Um Brasil mais desigual nunca afetou o Brasil dos privilegiados. Quanto mais miséria, maior a concentração de riquezas. Tudo isto é benéfico para os ricos! Quanto menor for o salário mínimo, melhor será o lucro das empresas!

Mesmo exagerando, ninguém tem o monopólio das ruas. Vivemos numa democracia. Ainda assim, na nossa democracia ninguém tasca, ninguém ameça! Por isso, chegou a hora erguer trincheiras. As margaridas brotarão e deterão os fascistas, os neo-conservadores racistas, os reacionários da direita Boi, Bíblia e Bala (BBB). Chegou a hora de lutar contra o golpe urdido por privilegiados. Ninguém aceita mais panelas vazias e nem humilhação. De cabeça erguida, homens e mulheres defenderão a democracia! Será a República dos Privilegiados, no dia 16, face a República da Cidadania Ativa, no dia 20 de agosto.

Mais democracia participativa e arrocho fiscal em cima dos privilegiados!

Marilza de Melo Foucher é economista, jornalista e correspondente do Correio do Brasil, em Paris.