Advogados consideram moro suspeito por tráfico de informações

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Publicado Quinta, 27 de Janeiro de 2022 às 10:57, por: CdB

Nesta quinta-feira, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) protocolou no Ministério Público Federal (MPF) um pedido para que o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro seja investigado por ter prestado consultoria para a empresa Alvarez & Marsal.

Por Redação, com RBA - de São Paulo Os próximos meses, na campanha eleitoral do ex-juiz suspeito Sérgio Moro, serão ainda mais tensos do que agora, na abertura dos trabalhos, quando ainda permanecem dúvidas quanto aos valores angariados na sua contratação por uma empresa norte-americana de consultoria jurídica. Além dos presumidos milhões de dólares faturados, o também ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL), hoje seu principal desafeto precisará provar que não se transformou em um traficante de dados sigilosos.
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Moro teria sido treinado pela Agência Central de Inteligência (CIA), nos EUA, para prejudicar a economia brasileira
Nesta quinta-feira, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) protocolou no Ministério Público Federal (MPF) um pedido para que o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro seja investigado por ter prestado consultoria para a empresa Alvarez & Marsal. Para a advogada Tânia Oliveira, integrante da coordenação executiva da associação, o ex-juiz pode ter levado informações privilegiadas do seu antigo cargo para e empresa privada. Lava Jato Segundo Oliveira, o pedido da ABJD é uma maneira da entidade cumprir sua “função democrática” para entender o contrato celebrado pelo pré-candidato do Podemos com a empresa. Segundo ela, o pedido é feito após o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), levantar o sigilo de todos os documentos dos autos do processo sobre os honorários recebidos por Moro.  — O objeto desse pedido é para que o MPF instaure um inquérito para investigar a natureza dessa relação entre Moro e a empresa. Existe um conceito jurídico que chamamos de ‘porta giratória’, quando um servidor público migra para o privado, atua na mesma área e leva informações privilegiadas para beneficiar a empresa. Moro era o juiz da Lava Jato, que prejudicou empresas e a Alvarez representava-as nos processos de recuperação judicial — afirmou Oliveira à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA). Vazamento A consultoria Alvarez & Marsal, para a qual Sergio Moro foi trabalhar depois que deixou o governo Bolsonaro, informou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que 75% de todos os honorários que recebe no Brasil são provenientes de empresas investigadas pela Operação Lava Jato. Nos últimos anos, a consultoria recebeu quase R$ 42,5 milhões de empresas falidas pela atuação de Sergio Moro e do Ministério Público Federal (MPF).   Diante de uma empresa que lucra com outras, investigadas por Moro, a representante da ABJD afirma que não acredita que não houve influência do ex-juiz nesses processos de recuperação judicial. — Ele levou consigo uma série de informações privilegiadas. Tráfego de influência é um crime, e ele pode ter cometido — alertou. Valores Segundo a advogada, é preciso saber a natureza dos serviços prestados por Moro, não só o quanto recebeu. — Ele tem uma série de informações privilegiadas, com um conflito de interesse. Ele era um diretor na empresa, segundo o site da Alvarez & Marsal, mas dizia que trabalhava com consultoria. Portanto, a investigação vai ajudar a entender se ele descumpriu a lei de conflito de interesse. Não é só preciso revelar os valores que recebeu, mas como atuou dentro da empresa — resumiu.
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