Afeganistão promete vingança contra vizinhos e aliados norte-americanos

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Publicado Sábado, 15 de Setembro de 2001 às 11:14, por: CdB

A tensão é cada vez maior ao longo da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, com os dois países preparando-se para um possível conflito na região, à luz dos ataques terroristas nos Estados Unidos. A milícia fundamentalista islâmica Talibã, que controla 95 por cento do território afegão, reagiu com fúria à promessa do Paquistão de "cooperar plenamente" com as investigações do governo norte-americano. Os líderes do Talibã alertaram que vão retaliar se qualquer país vizinho permitir que seu solo ou espaço aéreo seja usado de alguma maneira que prejudique o Afeganistão. Além disso, o correspondente da CNN Nic Robertson informou que, a curto prazo, todos os estrangeiros seriam forçados a abandonar o país localizado na Ásia Central.. O Talibã depende imensamente do Paquistão para importação de produtos de todos os tipos. Mas a presença, no Afeganistão, do bilionário terrorista saudita Osama bin Laden, suspeito de ter organizado os atentados contra Washington e Nova York, criou um racha entre os dois países. Nos últimos dias, a Casa Branca exerceu forte pressão sobre o Paquistão para que ajude a combater as organizações terroristas que usam o Afeganistão como base. O Paquistão é um dos tão somente três países que reconhecem o Talibã como o governo legítimo do Afeganistão. As lideranças paquistanesas estão reunidas para discutir como o país responderá aos possíveis ataques dos Estados Unidos contra o Afeganistão. Os órgãos de imprensa do país pediram ao presidente, general Pervez Musharraf, que tenha cautela. Os Estados Unidos fizeram uma lista de pedidos aos paquistaneses, incluindo o fornecimento de informações sobre bin Laden e os talibãs, o fechamento da fronteira com o Afeganistão, o corte no fornecimento de energia ao país vizinho e, se necessário, o acesso de aviões norte-americanos ao espaço aéreo paquistanês. Enquanto o gabinete do Paquistão iniciava uma reunião, neste sábado, um ex-diplomata do país comentou: "Os talibãs não estão blefando. Eles são capazes de criar problemas se o Paquistão se aliar aos Estados Unidos". Pela manhã, o Talibã divulgou um comunicado ameaçando qualquer país vizinho que vier a ajudar os norte-americanos. "Se algum país vizinho ou da região ajudar os Estados Unidos a nos atacar, isso desencadeará perigos extraordinários... Isso nos levaria a uma guerra em represália", afirmou Abdul Salam Zaif, embaixador dos talibãs para o Paquistão. Embora o ministério do Exterior afegão não tenha citado especificamente qualquer país, a ameaça foi vista como um recado direto para os paquistaneses.

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