Diante do desgaste do país frente aos chineses, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), questionou o ministro da Economia, Paulo Guedes. Perguntou quem "é ele", para criticar a vacina desenvolvida na China contra a covid.
Por Redação - de Brasília
A agressão do ministro Paulo Guedes à China, que é o país que mais investe no Brasil, que mais compra produtos brasileiros e que mais fornece vacinas e insumos contra a Covid-19 ao país, foi mal recebida nos canais diplomáticos chineses.
Em mensagem publicada nesta quarta-feira, o embaixador da China, Yang Wanming, mandou um claro recado ao Brasil. "Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial. A CoronaVac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil", repercutiu o diplomata.
Diante do desgaste do país frente aos chineses, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), questionou nesta tarde "quem é" o ministro da Economia, Paulo Guedes, para criticar a vacina desenvolvida na China contra a covid. Aziz chamou o ministro de "pitaqueiro" e "puxa-saco" dos EUA.
‘Parceiro-chave’
Na véspera, Guedes afirmou em uma reunião que os chineses “inventaram" o vírus da Covid e que a vacina desenvolvida no país é "menos efetiva" que a produzida nos Estados Unidos. Depois, afirmou ter usado uma "imagem infeliz" ao mencionar o tema.
— O nosso ministro Paulo Guedes [...] ainda cria esse tipo de problema. É muito pitaqueiro, sem entender da situação. Não dá. Quem é o ministro Paulo Guedes para dizer que a CoronaVac não é uma vacina boa? Quem é ele? Ele cuida da economia, que já vai cambaleando — acrescentou Aziz.
Com o incêndio instalado no Itamaraty, o novo ministro das Relações Exteriores, Carlos França, tentou atuar de bombeiro e declarou, logo pela manhã, que a China é um “parceiro-chave” do Brasil no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Em audiência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, França tentou conter os danos.
— A China é, ninguém ignora, outro parceiro-chave nesta matéria (combate à pandemia). Tenho excelente relação com o embaixador da China. Estamos tratando da aceleração da vinda de (IFAs Ingredientes Farmacêuticos Ativos] ao Brasil. O chanceler da China foi o primeiro a falar comigo depois da posse. O chanceler chinês nos prometeu ajudar a trazer ao Brasil parte do estoque da vacina da Sinopharm, tão logo o Brasil possa aprovar isso. Nossa relação não se afeta por esse comentário — concluiu.