Em dia de homenagens ao ex-governador Mário Covas, morto em 2001, o governador paulista, Geraldo Alckmin, cobrou nesta segunda-feira pressa do PSDB na definição do candidato à Presidência.
– Eu acho que é um sentimento de todo o partido que chegou a hora de decisões, e não precisa ser feito na véspera, no dia 31 de março – disse Alckmin ao final de uma missa em memória de Covas na igreja de Santo Antônio do Valongo, centro de Santos.
O último dia de março é o limite para que governantes deixem seus postos se quiserem concorrer a outros cargos eletivos, como é o caso de Alckmin. Ele negou que tenha um encontro marcado para nesta segunda-feira com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, para tratar da candidatura. Em São Paulo, o prefeito José Serra, que disputa com Alckmin a indicação do PSDB à Presidência, também negou que tenha reunião com Tasso, que coordena as negociações para a indicação do partido.
Um assessor do senador disse que ele está em Brasília e não viajará a São Paulo nem nesta noite e nem na terça-feira, quando irá a Goiânia participar das comemorações pelo aniversário do governador tucano Marconi Perillo. Apesar da demora na definição, que opõe apoiadores de Serra e do governador, Alckmin avisou que quem apostar em divisão do PSDB “vai errar”.
– O partido estará unido, com toda sua unidade, fazendo alianças para trabalhar pelo país – disse ele, em um claro recado a integrantes da legenda.
Para o governador, a indefinição do partido não contribui para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda não assumiu sua candidatura.
– Isso é bobagem. Tem tempo ainda, a campanha só começa em agosto – afirmou.
Alckmin se considera herdeiro político de Covas, de quem foi vice-governador nos mandatos iniciados em 1995 e 1999. Após a morte de Covas há cinco anos, ele assumiu o Palácio dos Bandeirantes, cargo para o qual foi eleito em 2002. Covas, que foi também deputado, senador e prefeito indicado de São Paulo, morreu em decorrência de complicações de um câncer após lutar contra a doença por mais de dois anos.
– O governador Mário Covas era um homem de fé, teve uma doença que o sacrificou bastante e a recebeu com enorme resignação – disse Alckmin.
Apoio total
Lila Covas, viúva do governador, reiterou seu apoio à candidatura de Alckmin.
– Eu defendo com toda a força que ele seja nosso próximo presidente da República porque tem sangue novo e força para mudar o país – afirmou Lila em discurso.
A declaração foi dada em solenidade de inauguração de um Centro de Tratamento de Malformações Craniofaciais que leva o nome de Mário Covas, em hospital de Santos, cidade onde o ex-governador nasceu.
Além da missa e da inauguração do centro, os tucanos visitaram o túmulo do ex-governador. Estavam presentes também três pré-candidatos ao governo de São Paulo pelo PSDB, o vereador José Aníbal, o ex-ministro Paulo Renato de Souza e o deputado Alberto Goldman, além do governador de Santa Catarina, o peemedebista Luiz Henrique da Silveira.