Na véspera de Ano Novo, centenas de mulheres em Colônia foram roubadas, ameaçadas e agredidas sexualmente por pequenos grupos
Por Redação, com Sputinik Brasil – de Berlim:
Não há nenhuma justificativa aceitável para os crimes contra os imigrantes na Alemanha, segundo disse o porta-voz do governo alemão Steffen Seibert nesta segunda-feira.
No domingo, grupos de homens armados atacaram e feriram vários estrangeiros no Centro de Colônia, no oeste do país. Seibert evitou ligar os crimes aos ataques sofridos pelas mulheres da cidade na véspera de ano novo e ressaltou que a polícia está investigando todos os casos de violência contra imigrantes.
– O governo se opõe fortemente à violência contra os imigrantes. Nada pode desculpar tais crimes – disse Seibert.
De acordo com relatos da mídia local, vários grupos de roqueiros, seguranças e hooligans estavam por trás dos ataques de domingo perto da estação central de Colônia, que deixaram dois paquistaneses hospitalizados e um cidadão sírio ligeiramente ferido.
Na véspera de Ano Novo, centenas de mulheres em Colônia foram roubadas, ameaçadas e agredidas sexualmente por pequenos grupos que, de acordo com testemunhas, eram compostos em sua maioria por homens de origem árabe e norte-africana. Segundo a mídia local, mais de 400 queixas foram apresentadas à polícia em relação aos acontecimentos daquela noite.
Crimes de refugiados
As autoridades da Alemanha tentam acalmar a situação da crise migratória para que a população do país não relacione o ataque na cidade de Colônia com os refugiados em geral, divulgou uma publicação alemã.
Segundo a mídia alemã, as ordens foram dadas durante um reunião às portas fechadas nos estados federais de Hesse e Norte-Vestfália, ambos situados na região de Renânia.
– Os casos de infrações penais, presumivelmente cometidas por pessoas com cidadania estrangeira e registados nos centros de acolhimento de refugiados, colocamos imediatamente de lado. A gerência deu instruções claras para não divulgar tais casos e transmitir a informação apenas em resposta a pedidos diretos de representantes da mídia, disse o oficial.
A Bild nota que, na Alemanha, cada crime é divulgado automaticamente pela mídia, mas o fato de certos crimes deverem ser divulgados de forma restrita e ficar de acesso limitado é surpreendente.
Segundo a opinião de Michael Sheikh, o representante do Ministério do Interior de Hesse, os chefes de departamentos de centros de imprensa foram avisados de que a informação negativa sobre os refugiados pode ser usada por extremistas de direita e dirigida contra aqueles que estão realmente à procura de proteção.
Enquanto tudo isso, a polícia de Colônia divulgou na última terça-feira que tinha recebido 90 queixas de mulheres que, na noite do Ano Novo, sofreram roubos e assédio sexual por homens “de aparência africana e árabe”.