Aliado de Ciro sofre investigação no Rio Grande do Sul

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Publicado Sexta, 06 de Setembro de 2002 às 20:34, por: CdB

Cinco empresas prestadoras de serviços de telefonia, três das quais o ex-secretário de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul Assis Roberto de Souza é sócio, foram alvo de busca e apreensão no dia 29 em razão da abertura de investigações de suposta sonegação fraudulenta. Souza, que foi secretário, estrategista e um dos homens mais poderosos no governo de Antônio Britto (1994-98), é investigado em conjunto pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e INSS. É investigada também, pela DRT (Delegacia Regional do Trabalho), uma suspeita de irregularidade no pagamento de salários das empresas. O Ministério Público Federal confirma as investigações, mas não dá nenhum detalhe sobre a acusação, como valores que teriam sido sonegados. Além de ter sido secretário da área e comandado as privatizações da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações) e de parte da CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), Souza foi um dos principais coordenadores da campanha de Britto nas eleições de 1998 _em que ele tentava a reeleição e perdeu para o atual governador do Estado, Olívio Dutra (PT). Souza vê uma "armação política" na investigação. Britto, candidato novamente este ano pelo PPS, afirmou ontem que o assunto é "de uma empresa privada" e que ele não iria se manifestar sobre isso. As empresas investigadas prestam serviço de telefonia diretamente para a CRT Brasil Telecom, empresa privada que comprou a CRT na época em que Souza estava no cargo. As empresas investigadas são a Retebras, a Pampa, a Delsul, a ARS e a Expertaise. Souza é sócio e diretor da Pampa, que controla a Delsul _que, por sua vez, está fazendo os serviços comissionados à Retebras, que, segundo o próprio ex-secretário, quebrou. A ARS é sua, e a Expertaise é uma empresa paulista associada às outras. Apreensão As investigações, que foram efetivadas simultaneamente em Porto Alegre, Novo Hamburgo (RS), Tramandaí (RS) e São Paulo, resultaram na apreensão de computadores, disquetes e documentos, que estão sendo analisados. Contra o ex-secretário, foi aberto também um processo por supostas irregularidades na privatização da estatal CEEE, que corre em segredo de Justiça na 5ª Vara da Fazenda Pública. A juíza Deborah de Moraes determinou, no dia 28 de fevereiro de 2001, a quebra do sigilo bancário do ex-secretário. Ele não comentou esse caso.

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