Alibaba terá grande desafio após saída de Jack Ma

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Publicado Segunda, 09 de Setembro de 2019 às 08:35, por: CdB

Um dos principais desafios de Zhang será encontrar novas áreas de crescimento à medida que o setor de comércio eletrônico da China amadurece, disseram analistas.

Por Redação, com Reuters - de Xangai
O presidente da Alibaba, Jack Ma, sairá da empresa chinesa nesta terça-feira, deixando a seu sucessor escolhido a dedo a tarefa de liderar a gigante de US$ 460 bilhões em um momento em que o mercado para seus principais negócios de comércio eletrônico desacelerou bruscamente.
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O presidente da Alibaba, Jack Ma, sairá da empresa chinesa nesta terça-feira
Enquanto Ma, que completa 55 anos nesta terça-feira, é o centro das atenções na festa de despedida marcada no estádio Olympic Sports Center, com capacidade para 80 mil pessoas, os participantes esperam obter pistas sobre como da Alibaba será administrada pelo herdeiro Daniel Zhang. Um contador de fala mansa, Zhang, presidente-executivo da Alibaba, contrasta fortemente com Ma, cujo estilo extravagante e liderança carismática fizeram dele o empresário chinês mais reconhecido desde que fundou a empresa há 20 anos em um pequeno apartamento compartilhado na cidade de Hangzhou, no leste da China. – Ele têm as habilidades de lógica e pensamento crítico de um supercomputador, um compromisso com sua visão e coragem de assumir modelos de negócios e indústrias inovadoras do futuro – disse Ma sobre Zhang em 2018 em uma mensagem anunciando sua nomeação.

Desafios de Zhang

Um dos principais desafios de Zhang será encontrar novas áreas de crescimento à medida que o setor de comércio eletrônico da China amadurece, disseram analistas. – Se a Alibaba quiser encontrar novas inovações ou tendências, isso será mais difícil do que antes – disse Liu Yiming, analista da divisão de pesquisa da 36kr, um grupo chinês de publicações tecnológicas. “Para Daniel Zhang, este será um grande desafio.” As vendas de varejo online da China cresceram 17,8% no primeiro semestre de 2019, quase metade do ritmo do crescimento de 32,4% do ano anterior, de acordo com o departamento nacional de estatística do país. Sob a liderança de Ma, a Alibaba cresceu e se tornou a empresa listada mais valiosa da Ásia, com um valor de mercado atual de US$ 460 bilhões. A companhia emprega mais de 100 mil pessoas e se expandiu para serviços financeiros, computação em nuvem e inteligência artificial. Embora ainda não se saiba como a Alibaba será dirigida por Zhang, a extravagância de terça-feira promete oferecer um espetáculo e, possivelmente, uma oportunidade final para que Ma mostre seu carisma.

Eventos anteriores da empresa

Em eventos anteriores da empresa, ele se vestiu de Michael Jackson ou de punk e apresentou números musicais. “Espero uma longa, longa cerimônia com Jack aparecendo no final - em estilo dramático, é claro”, disse um funcionário da Alibaba.

Apple e Foxconn

A Apple e sua parceira Foxconn refutaram nesta segunda-feira as alegações de falhas na gestão de pessoas reveladas por um órgão monitor dos direitos trabalhistas, apesar de confirmarem que empregam muitos trabalhores temporários. A resposta veio depois que a China Labor Watch divulgou nesta segunda-feira um extenso relatório acusando as duas empresas de violar várias leis trabalhistas chinesas, incluindo uma que proíbe funcionários temporários de exceder 10% da força de trabalho total. A empresa de tecnologia norte-americana Apple depende muito da Foxconn, de Taiwan, e de suas instalações chinesas para produzir dispositivos como o iPhone, cuja próxima linha será revelada na terça-feira. Em um comunicado, a Apple disse que investigou a porcentagem de trabalhadores temporários entre a força de trabalho geral e descobriu que “excedeu nossos padrões”. A empresa disse que estava trabalhando com a Foxconn para “resolver imediatamente o problema”. A Apple não afirmou se o excesso de trabalhadores representava uma violação da lei chinesa. Ela se recusou a comentar quando solicitada diretamente pela agência inglesa de notícias Reuters. A Foxconn confirmou separadamente o excesso de dependência de trabalhadores temporários, conhecidos como despachantes internos. “Encontramos evidências de que o uso de despachantes e o número de horas extras realizadas por funcionários, que confirmamos que sempre foram voluntárias, não eram consistentes com as diretrizes da empresa”, afirmou a Foxconn. Ela disse que “iniciou imediatamente um processo detalhado para garantir que todos os problemas fossem resolvidos”.
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