Ameaça fascista paira sobre o Brasil, alerta Lula aos eleitores

Arquivado em:
Publicado Quarta, 24 de Outubro de 2018 às 11:19, por: CdB

O líder petista, em mais uma carta escrita desde a capital paranaense, onde está preso há 200 dias, alerta que o país chega ao final das eleições sob o risco de um enorme retrocesso.

 
Por Redação - de Curitiba e São Paulo
  De seu cárcere, na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo, em carta divulgada nesta quarta-feira, por união em torno do nome do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad. Lula cita a “ameaça fascista” representada, segundo afirmou, pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
haddad-lapa.jpg
Haddad vê condições de vencer Bolsonaro, se rejeição ao candidato neofascista crescer até sexta-feira
O líder petista, em mais uma carta escrita desde a capital paranaense, onde está preso há 200 dias, alerta que o país chega ao final das eleições sob o risco de um enorme retrocesso. E afirma que o momento é de “unir o povo, os democratas, todos e todas” em torno da candidatura de Haddad e defender a democracia. “Neste momento em que uma ameaça fascista paira sobre o Brasil, quero chamar todos e todas que defendem a democracia a se juntar ao nosso povo mais sofrido, aos trabalhadores da cidade e do campo, à sociedade civil organizada, para defender o Estado Democrático de Direito”, escreveu o ex-presidente.

Democracia

“Neste momento, acima de tudo está o futuro do país, da democracia e do nosso povo. É hora de votar em Fernando Haddad, que representa a sobrevivência do pacto democrático, sem medo e sem vacilações”. Segundo Lula, as divergências políticas devem ser decididas por meio de debate, dos argumentos e do voto, mas o país não tem o direito de abandonar o pacto social da Constituição de 1988, que marcou a volta da democracia. “Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros países ao longo da história”, afirmou.

Sérgio Moro

Lula está preso desde 7 de abril em Curitiba, depois de ter sido condenado em segunda instância, após sentença do juiz Sérgio Moro, no âmbito da operação Lava Jato. O ex-presidente nega ter cometido qualquer crime. Na carta, Lula se defende mais uma vez das acusações, defende seu legado e diz saber que seu governo contrariou interesses e por isso tentam “reescrever a história” e destruir a imagem do PT, mas que a população ainda confia no projeto do partido. Lula pretendia ser o candidato do PT nessas eleições e aparecia em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto, mas teve seu registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa, e foi então substituído por Haddad.

Uma chance

De acordo com pesquisa Ibope divulgada na terça-feira, Haddad tem 43% dos votos válidos para o segundo turno, neste domingo, enquanto Bolsonaro lidera as intenções de voto com 57%. Haddad, no entanto, afirmou nesta quarta-feira que pode virar a eleição contra o adversário na corrida pelo Palácio do Planalto, apesar da atual vantagem do rival nas pesquisas, se a rejeição ao capitão da reserva continuar a subir. Em sabatina à rádio CBN e ao portal G1, Haddad disse que a queda em sua própria rejeição e o crescimento da rejeição de Bolsonaro, de acordo com pesquisa do Ibope divulgada na terça-feira, indicam que a campanha do petista encontrou um caminho de debate, e que há chance de virar a eleição. — Se na próxima rodada de pesquisa a rejeição dele aumentar 5 (pontos) de novo e a minha cair 6 (pontos) de novo, ele vai perder a eleição — disse Haddad na sabatina.

Intenções

Ainda segundo Haddad, “a periferia das grandes cidades não votou conosco no primeiro turno”. — Nós temos que reconectar com esse povo. A minha rejeição ter caído essa semana tanto, e a dele ter subido tanto, já quer dizer que a gente encontrou um caminho de debate e nós temos até domingo para fazer o debate. Nós vamos virar essa eleição — acrescentou. No levantamento divulgado pelo Ibope na terça-feira, 40% dos entrevistados disseram que não votarão de jeito nenhum em Bolsonaro, ante 35% na pesquisa anterior. Já no caso de Haddad, 41% declararam que de jeito algum votarão no presidenciável petista, frente a 47% na semana passada. Nas intenções de voto, Bolsonaro lidera com 57% dos votos válidos, enquanto Haddad tem 43%. No levantamento anterior do instituto o candidato do PSL tinha 59% e o petista aparecia com 41%.
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo