Americana Latina realiza primeira missão política em Xangai

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Publicado quarta-feira, 9 de março de 2005 as 05:22, por: CdB

A “Semana da Amizade entre a América Latina e Taizhou” (cidade de Zhejiang, leste) reúne, nesta quarta-feira, pela primeira vez uma missão política e comercial conjunta de toda a colônia latino-americana em Xangai.

Representantes da Argentina, Brasil, Chile, México, Cuba, Uruguai e Peru promoverão nestes dias três de seus grandes portos como vias de acesso para o investimento chinês ao continente.

O porto de Santos, no Brasil, está irmanado com o município chinês desde 2002, graças ao qual “muitas grandes empresas de Taizhou estão contemplando a possibilidade de investir no Brasil”, declarou o cônsul brasileiro, João de Mendonça Lima Neto.

Já o porto de Iquique, no nordeste do Chile, será o primeiro da América Latina com capacidade de acolher mercantes de quarta geração, os de maior tonelagem.

O Iquique se oferece como “uma porta de entrada e saída entre a Ásia-Pacífico e a América do Sul”, além de “alternativa aos portos norte-americanos”, disse Iván Barbaric, encarregado de Relações Internacionais do município chileno, irmanado com a cidade portuária de Taizhou.

Até agora só havia portos americanos com essa capacidade nos Estados Unidos (EUA), o que encarecia o transporte dali para outros destinos na América Latina, explicou o cônsul do Chile em Xangai, José M. González.

Além disso, Iquique “é uma zona franca através da qual as empresas locais de Taizhou (que estão entre as mais prósperas do delta do Yangtsé) têm programas para investir no Chile”, declarou o prefeito de Taizhou, Zhang Hongming.

O porto de Enseada, na Baixa Califórnia (México), está negociando na atualidade uma irmanação com Taizhou, já que “como Iquique, é uma perfeita instalação portuária, e sobre a qual em breve veremos resultados positivos”, disse Zhang.

– Há interesse das duas partes, de modo que estamos otimistas. – acrescentou o cônsul mexicano, Mauricio Escanero, sobre os planos de irmanação das duas cidades portuárias.

No encontro participam 46 diplomatas e empresários ligados aos consulados em Xangai de sete países (Argentina, Brasil, Chile, México, Cuba, Uruguai e Peru), assim como representantes dos ministérios de Exteriores e de Comércio chineses, junto às autoridades de Taizhou e da província de Zhejiang.

Até agora, “os países latino-americanos éramos vistos como provedores de matérias-primas, energia e alimentos”, disse em nome da delegação conjunta o cônsul argentino, Miguel A. Velloso.

Assinalou, no entanto, que já “viemos a oferecer uma nova concepção à natureza de nossos intercâmbios”, oferecendo bens e serviços de suas especialidades.

Os habitantes de Taizhou são os mais ricos do delta do Rio Yangtse, onde todas as empresas são de capital e gestão privada, segundo o secretário municipal do Partido Comunista, Cao Qi.

Taizhou é famosa na China pela rapidez com a qual foram criadas nela grandes fortunas a partir de empresas muito humildes em seu início, mas que em 2004 proporcionaram à cidade um PIB de mais de 15 bilhões de dólares (12,45 bilhões de euros).