O chanceler brasileiro, Celso Amorim, defendeu nesta terça-feira a futura incorporação de outros países sul-americanos ao Mercado Comum do Sul (Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).
- A prioridade para Brasília não é apenas a reconstrução do Mercosul, mas também sua ampliação para o restante dos países sul-americanos - afirmou Amorim durante uma entrevista coletiva conjunta com sua colega espanhola, Ana Palacio.
O Mercosul ainda tenta se recuperar de uma crise que começou com a desvalorização do real em 1999 e passou pelo colapso da economia argentina em 2001.
A Venezuela já demonstrou seu interesse em integrar o Mercosul como membro associado externo (condição atual de Bolívia e Chile). Além disso, o bloco estuda a criação de uma área de livre comércio com a Comunidade Andina das Nações (CAN: Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela).
O Mercosul e suas relações com a União Européia (UE) figuraram entre os principais temas abordados pelos dois chanceleres no primeiro dia da visita de Estado do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, à Espanha.
"As negociações UE-Mercosul são uma prioridade para o governo espanhol", afirmou Palacio, que, assim como seu colega brasileiro, deseja que as conversas ultrapassem os aspectos comerciais e incorporem os aspectos políticos.
Amorim afirmou que a recente reforma da Política Agrícola Comum (PAC) dá à UE "certa margem" para negociar a abertura de seus mercados, uma solicitação essencial dos sul-americanos, que esperam aumentar a exportação de carnes, cereais e laticínios para a Europa.