Com o aumento do salário mínimo para R$ 300, a partir do mês de maio, o país pode chegar a ter uma injeção de R$ 20 bilhões em seu consumo interno. O cálculo é do professor de economia da Universidade de Campinas (Unicamp), Márcio Pochmann, ex-secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo. Segundo ele, para cada R$ 1 de elevação no salário mínimo, ocorre um adicional de R$ 500 milhões na economia, em termos de consumo.
– Isso impacta diretamente as atividades como calçados, alimentação, transporte e, por decorrência, por serem atividades que são tributadas, isso termina devolvendo aos cofres públicos uma parte do recurso que o governo teve que adicionar com o pagamento de salários – afirma Pochmann.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Defesa do Contribuinte, Gilberto Luiz do Amaral, os cofres públicos recuperam 40% do capital total injetado na economia, em decorrência da arrecadação de impostos. Para ele, quase todo dinheiro do aumento volta-se para o consumo, onde há tributação. “Quase nada vai para a poupança”, explica.
Para cada real de elevação do salário mínimo, há uma adição de gastos por parte do setor público de R$ 148 milhões. Porém, para Pochmann, há um saldo positivo do ponto de vista da arrecadação, embora não suficiente para repor o adicional de gastos que o próprio governo tem em termos de pagamento de seus funcionários, dos aposentados e pensionistas.
– Mas eu diria, o saldo é positivo para o país como um todo, porque o salário mínimo é um elemento fundamental no enfrentamento da pobreza do país e, mais do que isso, toda vez qua há elevação do salário mínimo, aponta-se para uma perspectiva de redução das desigualdades de renda que é extremamente elevada no país – afirma.
Análise: Novo mínimo injetará R$ 20 bi em consumo no país
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Publicado segunda-feira, 3 de janeiro de 2005 as 19:21, por: CdB