Anfavea preocupada com possível aumento de impostos depois da reforma

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Publicado quinta-feira, 14 de agosto de 2003 as 15:26, por: CdB

O presidente da Anfavea, Ricardo Carvalho, disse nesta quinta-feira temer que a reforma tributária aumente a carga de impostos do país.

— Tenho receio de que em tempos de vacas magras uma reforma tributária por vezes pode tender a um aumento de arrecadação — disse ele, antes de participar da audiência pública na comisssão de Economia Indústria e Comécio da Câmara dos Deputados. Carvalho ressaltou porém, que é a favor da reforma.

— Ela será sempre bem-vinda desde que culmine com a simplificação de impostos eliminando os efeitos em cascata — avaliou.

O presidente da Anfavea comentou ainda que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Extreior, Luiz Fernando Furlan, não estava correto ao dizer, em seminário nesta quarta em São Paulo, que as montadoras erraram no cálculo da produção de veículos deste ano.

— Pode ser que o ministro estivesse falando da época dos investimentos em que houve aumento da capacidade produtiva para 3 milhões (de carros). Não houve erro de cálculo porque em 97 tivemos um pico de consumo de 2,7 milhões de unidades.

Segundo ele, foram as sucessivas crises internacionais que rebateram no Brasil e provocaram um encolhimento do mercado interno. Segundo Ricardo Carvalho, o México é o grande competidor internacional do Brasil no mercado de automóveis, e o Brasil está em desvantagem.

Carvalho esclareceu que, a cada missão comercial que o setor promove para fechar algum acordo bilateral, descobre que os mexicanos chegaram primeiro.

— Os Mexicanos já têm vários acordos bilaterais. Têm acordos com a União Européia, Alca e vários países.

Na opinião do presidente da Anfavea, a indústria automotiva brasileira só voltará a se expandir se continuar a exportar e houver uma retomada do mercado interno. Ele avaliou que, para o mercado interno se recuperar, a saída é a melhora do crédito. Carvalho fez essas afirmações durante audiência pública promovida peela Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Câmara.