Angela Merkel faz apelo por unidade europeia

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Publicado Quinta, 09 de Março de 2017 às 09:07, por: CdB

Antes de reunião com líderes do bloco, chanceler federal afirma que Alemanha só vai prosperar se Europa também for bem. Sobre Erdogan, ela diz que comparações com o nazismo precisam parar

Por Redação, com DW - de Berlim:

Em pronunciamento no Parlamento alemão nesta quinta-feira, a chanceler federal Angela Merkel relembrou, pouco antes da conferência dos líderes da União Europeia, a história de sucesso do bloco europeu e alertou que o Brexit – a saída do Reino Unido da UE após decisão em referendo – deve servir como alerta.

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A chanceler federal Angela Merkel

Ela mencionou também a questão da imigração e o recente acirramento das tensões diplomáticas entre seu país e a Turquia. Aliado-chave na contenção do fluxo de refugiados em direção à Europa..

Merkel disse que a reunião em Bruxelas deveria tratar de temas econômicos. Mas, citando como exemplo a crise dos refugiados e o Brexit. Assegurou que outros temas também serão discutidos.

Ao mencionar a atual relutância de alguns países do Leste Europeu em ceder liberdades nacionais em nome do projeto da UE. Merkel disse que a União pode progredir sem os Estados-membros. A Alemanha, afirmou, pode prosperar "apenas se a Europa estiver bem".

Merkel fez elogios ao Tratado de Livre Comércio e Investimentos entre a UE e o Canadá (Ceta, na sigla em inglês). E pediu que a Europa evite isolar-se do resto do mundo. Numa referência indireta à postura adotada pelo presidente americano, Donald Trump. A chanceler deixou claro que a UE se defenderá contra medidas injustas de protecionismo.

Merkel avaliou de modo critico a atual política europeia para os refugiados: "Não há dúvida que fizemos progressos, mas o sistema de concessão de refúgio da UE precisa ser reformado."

Tensões com a Turquia

A chanceler mencionou as polêmicas declarações feitas recentemente pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Em meio ao acirramento das tensões diplomáticas entre seu país e Berlim, ele acusou a Alemanha de adotar "práticas nazistas" após o cancelamento de eventos políticos turcos em várias cidades alemãs sobre o referendo da reforma constitucional proposta por Ancara, que visa estabelecer o regime presidencialista na Turquia, ampliando os poderes do presidente.

Merkel afirmou que tais declarações são tão fora de propósito que é difícil comentá-las. Os comentários de Erdogan "não podem ser justificados", afirmou. "As comparações com o nazismo geram apenas sofrimento. Isso precisa parar."

Ela ainda fez críticas às restrições à liberdade de imprensa na Turquia, acrescentando que a Alemanha fará todo o possível pela libertação do jornalista teuto-turco Deniz Yücel, correspondente do jornal alemão Die Welt preso em Istambul, acusado por Erdogan de ser agente da Alemanha e membro do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

A chanceler ressaltou que não é do interesse da Alemanha romper relações com a Turquia, mas acrescentou que seu país deve manter seus valores essenciais, da maneira que achar apropriado. Ela expressou o desejo de assegurar as liberdades da comunidade turca no país, que vive tensões internas entre os apoiadores do PKK e da extrema direta.

Os turcos, disse Merkel, são parte do país e contribuem para a prosperidade da Alemanha..

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