Animais continuam a morrer no Zoo paulistano

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Publicado Terça, 06 de Abril de 2004 às 13:55, por: CdB

Sem provas suficientes para a prisão de suspeitos e com o total de mortes por envenenamento subindo para 73, a investigação sobre o misterioso assassinato de animais no Zoológico de São Paulo deve ser prorrogada por outros 30 dias, anunciou nesta terça-feira o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).

Apesar disso, o delegado responsável pelo caso, Clóvis Ferreira de Araújo, indicou que o crime poderia ser solucionado em breve. Em entrevista coletiva à imprensa, ele disse que trabalha com a hipótese de formação de quadrilha e motivação de ordem financeira.

"A ação visava a enfraquecer os controles internos do parque e com isso conseguir (realizar) atividades ilícitas que poderiam gerar lucros indevidos'', afirmou Araújo, sem esclarecer que atividades seriam essas. O delegado disse que vai entrar com o pedido de prorrogação do caso nesta sexta-feira, dia 9, junto ao Ministério Público, que vai decidir se há razões suficientes para o reinício das investigações.

De acordo com Araújo, o total de animais mortos desde o começo do ano pelo raticida fluoracetato de sódio subiu para 73, dos 67 anunciados anteriormente. As novas mortes incluem cangurus e micos.

O Decap aguarda agora laudos do Instituto de Criminalística sobre restos de comida e metodologia do trabalho científico realizado até agora, além de laudos do Ceatox, Centro de Assistência Toxicológica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) sobre vísceras de animais ainda não analisadas.

Os laudos da Unesp também devem revelar informações sobre frascos encontrados no zoológico contendo líquidos ainda não identificados. Os frascos estavam em um ambiente restrito do zôo, de acordo com o delegado, ao qual apenas três funcionários teriam acesso.

Araújo disse que 10 pessoas ainda estão sendo interrogadas, das quais seis poderiam em breve ser incriminadas, mas ``que ainda não há indícios para decretar a prisão destes suspeitos''. O delegado anunciou que vai solicitar ``a quebra dos sigilos de ordem pessoal'' dos envolvidos na próxima segunda-feira, o que pode incluir quebra de sigilo bancário e telefônico.

No meio tempo, os suspeitos continuam trabalhando no zôo, e o delegado Araújo não afasta a possibilidade de que novas mortes ocorram. "Ainda há risco para os animais. Da mesma forma que não posso delimitar os riscos, também não posso descartar a possibilidade de novas mortes'', disse ele.

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