Na realidade, a imagem do presidente Jair Bolsonaro tem piorado, dia após dia, nos principais centros urbanos do país, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, segundo a pesquisa do Datafolha.
Por Redação – de São Paulo
A pesquisa do Instituto Datafolha, que fora proibida por um juiz eleitoral, foi divulgada nesta quinta-feira e mostrou uma tendência. Tanto na prefeitura de São Paulo, onde o candidato Guilherme Boulos (PSOL) chega ao segundo lugar, com chance de representar a esquerda no segundo turno, quanto no Rio de Janeiro, o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aos candidatos da direita ajudou que elas naufragassem, em alta velocidade.

Na realidade, a imagem de Bolsonaro tem piorado, dia após dia, nos principais centros urbanos do país, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, segundo a pesquisa do Datafolha. Os levantamentos foram feitos nos dias 9 e 10, com margem de erro de três pontos para mais ou menos.
O constrangimento causado aos candidatos locais pela simples presença do mandatário neofascista nas campanhas eleitorais também ocorre em Belo Horizonte e Recife. Em São Paulo, a rejeição a Bolsonaro é de 50%, oscilação positiva sobre os 48% da pesquisa anterior. Já a aprovação oscilou para baixo, de 25% para 23%, com a avaliação regular estável (26% ante 27%).
Derretimento
Bolsonaro é mais bem avaliado (30%) entre os mais velhos, e tem maior rejeição (66%) entre os mais jovens. Na capital paulista, seu candidato, o deputado Celso Russomanno (Republicanos), derreteu ao longo da campanha eleitoral. Ele a começou no fim de setembro na frente, com 29%, e marca agora 14%, um terceiro lugar numérico em situação estatística de empate com Guilherme Boulos (PSOL, 16%) e Márcio França (PSB, 12%).
Entre os eleitores de Russomanno, a aprovação de Bolsonaro mais que dobra, chegando a 50%, enquanto 27% o acham ruim ou péssimo. Assim, é possível dizer que a aposta do deputado fidelizou eleitores de nicho, mas o afastou do eleitorado mais amplo.
O líder da pesquisa, o prefeito Bruno Covas (PSDB, com 32% de intenções), vê 21% dos seus apoiadores aprovando Bolsonaro, enquanto 44% o rejeitam. Previsivelmente para eleitores de esquerda, só 1% dos que votam em Boulos acham o presidente ótimo ou bom, enquanto 88% o veem como ruim ou péssimo.
Crivella
Já França, que acenou ao presidente no começo da campanha mas agora busca distância comedida, tem 44% de seus eleitores rejeitando Bolsonaro. O aprovam 29%.
No Rio de Janeiro, a piora da imagem do presidente se deu no lado da aprovação, que caiu seis pontos desde a semana passada, passando de 34% para 28%. A rejeição seguiu estável (41% para 42%), enquanto o contingente dos que o acham regular subiu de 25% para 29%.
Lá, o candidato do Planalto é o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que está num distante segundo lugar na pesquisa com 14%. Entre seus eleitores, 66% apoiam Bolsonaro e 9%, o rejeitam, segundo a pesquisa do Datafolha.
Crivella está empatado tecnicamente com Martha Rocha (PDT, 11%), de quem 49% dos apoiadores dizem achar o presidente ruim ou péssimo, enquanto 23% o avaliam ótimo ou bom.
Rejeição
No terceiro lugar numérico está Benedita da Silva (PT, 8%), empatada tecnicamente com a pedetista e, no improvável limite da margem da erro, com o prefeito. De forma previsível, seu eleitor rejeita ainda mais o presidente: 70% de ruim/péssimo, ante 6% de aprovação.
No conjunto da população, Bolsonaro é mais bem avaliado por quem tem mais de 60 anos (34% de aprovação) e pior pelos mais ricos (61% de rejeição) e jovens (60%).