Cerca de 500 policiais militares foram mobilizados para cercar o edifício da Justiça Federal. Atiradores de elite foram posicionados nos edifícios vizinhos, mediante o risco de radicais de ultradireita tentarem um ataque direto a Lula
Por Redação – de Curitiba
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na tarde desta quarta-feira ao tribunal da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, para prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro, após receber o carinho de uma multidão, que se concentra próxima ao Tribunal Regional Federal. A corte foi cercada por forte esquema de segurança.
Lula desceu do carro na frente do prédio e entrou a pé. Um pouco antes, enquanto se dirigia ao Tribunal, também desembarcou para cumprimentar os manifestantes, que gritavam por ele ao longo do trajeto.
Cerca de 500 policiais militares foram mobilizados para cercar o edifício da Justiça Federal. Atiradores de elite foram posicionados nos edifícios vizinhos, mediante o risco de radicais de ultradireita tentarem um ataque direto ao ex-presidente.
O processo em que o ex-presidente irá depor diz respeito a um apartamento tríplex no Guarujá (SP), que, segundo a acusação, teria sido dado a Lula pela empreiteira OAS em troca da favores. A defesa do ex-presidente afirma que “o apartamento não é e nunca foi de Lula”, que teria apenas uma opção de compra, nunca exercida.
Lula, guerreiro
Lula embarcou nesta manhã de São Paulo rumo à capital paranaense para o depoimento. Ainda no aeroporto, o ex-presidente foi recepcionado por cerca de 50 parlamentares e líderes petistas, incluindo a presidenta deposta Dilma Rousseff. Os governadores do Acre, Tião Viana, e do Piauí, Wellington Dias, também estiveram no hangar de uma companhia de jatos. Em um vídeo, o homenagearam aos gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”.
Sorridente, o ex-presidente posou para fotos e vídeos antes de deixar o local.
— Foi uma demonstração forte de apoio, vários deputados, senadores, uma quantidade boa de gente. O presidente está muito tranquilo — disse a jornalistas o deputado Carlos Zarattini (SP).
Marcha pacífica
Do hangar, Lula foi para um escritório de advocacia. Localizado em um bairro residencial, havia pouca movimentação no local, cercado por um muro alto e cerca elétrica. Ao ver a movimentação de jornalistas, no entanto, curiosos começaram a parar para esperar o ex-presidente sair.
No centro de Curitiba, defensores de Lula se concentraram em uma praça. Depois, seguiram em uma marcha pacífica do acampamento onde passaram a noite. Deputados e senadores também foram ao local. Um grupo de cerca de 200 pessoas do MST conseguiu chegar até a primeira barreira que cerca o prédio da Justiça Federal do Paraná.