Arafat condena atentado “na véspera da condenação de muro”

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Publicado domingo, 22 de fevereiro de 2004 as 09:55, por: CdB

O presidente da ANP, Yasser Arafat, condenou o atentado suicida perpetrado por um palestino em um ônibus que circulava por Jerusalém, ao mesmo tempo que lamentou que se produzisse na véspera que se “condene internacionalmente o muro que Israel constrói na Cisjordânia”.

“Trata-se de um ataque que se registrou em um ônibus em Jerusalém e matou a civis israelenses, no momento em que se produzirá uma condenação internacional contra o muro racista que constrói Israel na Cisjordânia”, assinala Arafat em um comunicado difundido pela agência palestina de notícias Wafa.

“Sempre dissemos que matar civis israelenses e palestinos vai contra de nossa moral e, portanto, o condenamos duramente”, acrescenta o comunicado.

Seis homens e uma mulher morreram esta manhã e várias dezenas ficaram feridas quando um palestino procedente da aldeia cisjordaniana de Hussan, no distrito de Belém, se imolou no interior de um ônibus.

Segundo manifestou Arafat na nota de imprensa, “Israel vai utilizar (o ataque) para justificar o muro de anexação e para dividir nossos territórios em cantões”.

Além disso, expressou uma “forte condenação, sobretudo aos que estão por trás do ataque e enviaram ao suicida”, e disse que “são responsáveis do resultado”.

O presidente palestino insistiu em que a partir de hoje a Autoridade Nacional Palestina (ANP) não ficará de braços cruzados e tomará medidas contra os que planejaram o ataque, ao mesmo tempo que instou Israel a comprometer-se com uma cessação de fogo mútuo.

Também chamou a União Européia (UE) e ao “Quarteto de Madri”, composto pela UE, EUA, ONU e Rússia, a que intervenham de forma urgente para acalmar a situação na região.

O Tribunal Internacional de Justiça de Haia começa amanhã a estudar a legalidade do muro que Israel constrói em terras da Cisjordânia.