Arafat deixa Ramallah pela primeira vez após cerco

Arquivado em:
Publicado Segunda, 13 de Maio de 2002 às 15:40, por: CdB

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat, deixou nesta segunda-feira a cidade de Ramallah pela primeira vez desde que tropas israelenses suspenderam o cerco de cinco meses a seu quartel-general, na semana passada. Em um giro pela Cisjordânia, Arafat visitou Belém, onde esteve na Igreja da Natividade - mantida sob cerco israelense por cinco semanas - e Jenin, cidade que mais resistiu à recente ofensiva militar israelense na Cisjordânia. Ele deve visitar Nablus ainda nesta segunda-feira. Em Jenin, porém, o líder palestino frustrou a multidão que o aguardava, ao suspender sua visita ao campo de refugiados da cidade alegando questões de segurança. O campo foi um dos lugares mais devastados pelas operações israelenses e, segundo palestinos, palco de um massacre de civis. Israel, que se opôs a uma investigação pela ONU, nega as acusações. Ao sair de Ramallah, Arafat criticou a decisão do partido israelense Likud, do primeiro-ministro Ariel Sharon, de se opor à criação de um Estado palestino. "Isso é a destruição dos acordos de Oslo", disse o líder palestino, referindo-se aos termos negociados nos anos 90. Arafat recebeu tímidos aplausos em Belém Arafat está viajando em um helicóptero da Força Aérea da Jordânia uma vez que toda a sua frota foi destruída pelo Exército de Israel. Em sua visita à Igreja da Natividade, Arafat voltou a condenar o cerco israelense à basílica - onde 200 palestinos, entre eles cerca de 40 militantes, ficaram sitiados por 39 dias - e fez um apelo à comunidade cristã para se unir aos muçulmanos e não se sujeitar "ao mesmo tratamento que receberam no passado". No entanto, mesmo os pequenos grupos que se formaram nos arredores da igreja para se aproximar de Arafat receberam o líder palestino com aplausos pouco entusiasmados. Representantes da União Européia estão reunidos em Bruxelas, na Bélgica, para decidir o destino dos 13 militantes palestinos que na sexta-feira foram levados para Chipre, como parte do acordo para acabar com o cerco à basílica da Natividade, em Belém. O exílio de todos eles no mesmo país foi descartado por razões de segurança.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo