Ásia continua enterrando mortos e encontrando vítimas

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 28 de dezembro de 2004 as 09:17, por: CdB

Países do oceano Índico lutavam nesta terça-feira para encontrar mais corpos e enterrar os mortos vítimas de uma tsunami – onda gigante – que atingiu a região no final de semana. Há temores de que o total de mortos possa exceder em muito os 29 mil registrados até agora.

Dois dias depois de o maior terremoto dos últimos 40 anos sacudir o fundo do mar perto da ilha de Sumatra, na Indonésia, autoridades locais estão vendo mais morte e destruição à medida que se encaminham para áreas mais distantes, e dizem que a cifra final poderá superar os 55 mil mortos. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que centenas de aviões com suprimentos de emergência chegarão à região nas próximas 48 horas.

Corpos ainda estão espalhados pelas ruas no norte da Indonésia, zona mais próxima ao tremor de magnitude 9,0. Cerca de 1.000 pessoas ainda estão onde foram mortas quando uma tsunami (série de ondas gigantes) as atingiu no momento em que acompanhavam um evento esportivo.

– Estava em campo como árbitro. As ondas de repente vieram e eu fui salvo por Deus – fiquei preso nos galhos de uma árvore – contou Mahmud Azaf, que perdeu seus três filhos.

Centenas de turistas ocidentais foram mortos em resorts no Sri Lanka e na Tailândia. Vilarejos pesqueiros na região foram destruídos, a eletricidade e as comunicações, cortadas, e as casas esmagadas.

– Este foi o pior dia de nossa história”, observou o empresário cingalês Y.P. Wickramsinghe.

– Gostaria que eu tivesse morrido. Não há motivo para viver – disse ele.

O Sri Lanka parece ser o país mais afetado, com mais de 12.200 mortos, seguido pela Índia, com cerca de 9.500 mortos, e a Indonésia, com 5.700. Quase 1.500 pessoas foram mortas na Tailândia, muitas das quais turistas estrangeiros.

O total deve subir dramaticamente. O vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla, disse que o número no país pode chegar a 25 mil. Autoridades do Sri Lanka disseram que 20 mil pessoas podem estar mortas lá e as tailandesas acreditam que as vítimas possam alcançar os 2.000 na região.