Ásia e Europa acolhem novo governo afegão com cautela

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Publicado Quarta, 08 de Setembro de 2021 às 10:55, por: CdB

Líderes dos militantes islâmicos preencheram todos os cargos principais da lista divulgada na terça-feira, que não tem pessoas de fora nem mulheres. Um associado do fundador do grupo foi nomeado como primeiro-ministro, e o ministro do Interior consta de uma lista de terroristas procurados pelos Estados Unidos.

Por Redação, com Reuters - de Bruxelas/Pequim

Alemanha, China e Japão mostraram uma reação morna ao governo provisório do Talebã no Afeganistão nesta quarta-feira na esteira da tomada repentina de Cabul no mês passado.
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Manifestantes afegãos protestam perto da embaixada do Paquistão em Cabul, Afeganistão
Líderes dos militantes islâmicos preencheram todos os cargos principais da lista divulgada na terça-feira, que não tem pessoas de fora nem mulheres. Um associado do fundador do grupo foi nomeado como primeiro-ministro, e o ministro do Interior consta de uma lista de terroristas procurados pelos Estados Unidos. A estrutura do novo governo se choca com conselhos de potências estrangeiras para que o Talebã montasse um governo inclusivo. Estas apoiaram as promessas do grupo de uma abordagem mais conciliadora, que respeite os direitos humanos, contanto que os militantes busquem a paz e o desenvolvimento. Expressando preocupação com a composição do governo, o ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, disse que vê poucos motivos de otimismo a respeito das condições no Afeganistão. – O anúncio de um governo de transição sem a participação de outros grupos, e a violência de ontem contra manifestantes e jornalistas em Cabul, não são sinais que dão motivo para otimismo – disse.

Os afegãos

Os afegãos que desfrutaram de grandes avanços na educação e nas liberdades civis durante os 20 anos de governo apoiado pelos EUA continuam temerosos das intenções do Talebã, e protestos diários continuam desde a tomada de poder pelo grupo. Maas disse, porém, que a Alemanha está disposta a continuar conversando com o Talebã na tentativa de fazer com que mais pessoas possam deixar o país, abalado pela escassez de alimento e pela suspensão de pagamentos internacionais. A China, que compartilha uma fronteira com o Afeganistão, pediu o estabelecimento de um governo "aberto e inclusivo" depois que o Talebã assumiu o controle em meio ao caos da retirada dos militares dos EUA. Um porta-voz da chancelaria disse em Pequim nesta quarta-feira que a China vê a montagem do novo governo como um passo necessário rumo à reconstrução do Afeganistão. – Esperamos que as novas autoridades afegãs ouçam amplamente as pessoas de todas as raças e facções para atender as aspirações de seus próprios povos e as expectativas da comunidade internacional – disse Wang Wenbin em uma entrevista coletiva diária.
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