O consumo de alguns analgésicos, como a aspirina, pode aumentar o risco de aborto, afirma um estudo publicado nesta sexta-feira pela revista médica britânica British Medical Journal.
A pesquisa, realizada por membros do Instituto de Pesquisa da Fundação Kaiser, na Califórnia (EUA), diz que as mulheres que tomam analgésicos durante a gravidez têm até 80 por cento mais de chances de abortar. Este risco pode surgir a partir da ingestão de remédios antiflogísticos conhecidos, como a aspirina e o ibuprofen, embora outros analgésicos, como o paracetamol, não representem nenhum problema para as grávidas, declaram os autores do estudo.
Os pesquisadores, que chegaram a esta conclusão após entrevistarem na Califórnia 1.055 grávidas, dizem que o risco de aborto aumenta se esses medicamentos forem tomados nos primeiros meses de gravidez.
O estudo californiano é contestado pela médica Melanie Davies, presidente do Colégio de Obstetras e Ginecologistas britânico, que afirma que as mulheres não devem se preocupar excessivamente, já que se trata de uma pesquisa pequena, que precisa ser confirmada.
Por outro lado, Ruth Bender, diretora da Associação do Aborto do Reino Unido, disse que “este novo estudo parece confirmar o conselho médico segundo o qual as mulheres devem, quando possível, evitar o uso de analgésicos durante a gravidez”.