Assassino grita: ‘Aqui é Bolsonaro’ e abre fogo, revela vigilante

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Publicado Domingo, 17 de Julho de 2022 às 15:27, por: CdB

Embora conste no inquérito, o depoimento da vigilante não é citado na conclusão do relatório final da investigação. A Polícia Civil do Paraná, que pediu sigilo do processo à Justiça, concluiu na sexta-feira o inquérito com o indiciamento do atirador sob acusação de homicídio qualificado por motivo torpe e por causar perigo a outras pessoas.

Por Redação, com RBA - de Curitiba
Uma vigilante disse ter ouvido o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho gritar "aqui é Bolsonaro" antes de atirar e matar o guarda municipal Marcelo Arruda na noite de 9 de julho, quando ele comemorava o seu aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT em Foz do Iguaçu (PR).
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O assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) teve motivação política clara
Embora conste no inquérito, o depoimento da vigilante não é citado na conclusão do relatório final da investigação. A Polícia Civil do Paraná, que pediu sigilo do processo à Justiça, concluiu na sexta-feira o inquérito com o indiciamento do atirador sob acusação de homicídio qualificado por motivo torpe e por causar perigo a outras pessoas. A pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão. Na entrevista coletiva, a delegada Camila Cecconello descartou crime de ódio por motivação política, se baseando no relato da esposa do atirador. De acordo com a vigilante Daniele Lima dos Santos, que fazia ronda de moto na mesma rua da festa, Guaranho gritou: "Aqui é Bolsonaro" em dois momentos: quando chegou pela primeira vez à chácara onde acontecia a festa, acompanhado da mulher e da filha de três meses, mas não desceu do carro — relato que já era conhecido —, e depois, ao voltar sozinho, instantes antes de disparar contra Arruda.

Tiroteio

Em seu depoimento, a vigilante diz ainda que viu pelo retrovisor o veículo de Guaranho voltar em alta velocidade e que quase foi atropelada por ele. — No que ele entrou com tudo na chácara, eu só ouvi nitidamente ele falando: “Aqui é Bolsonaro, p…”. Aí, dentro de dois minutos, começou o tiroteio — disse Daniele à polícia. Segundo afirmou, os primeiros tiros foram disparados às 23h54. — Procurei achar apoio, ligar para polícia — conta a vigilante, que disse que também mandou uma mensagem de áudio para seu patrão informando sobre a situação.

Sem comentários

Daniele afirmou não saber quanto tempo levou para o policial penal voltar ao local, mas, com base em depoimentos de outras testemunhas e imagens das câmeras de segurança, foi possível constatar que ele retornou cerca de 20 minutos depois. Procurada, a Polícia Civil do Paraná afirmou que as informações sobre o caso estão sendo prestadas pela Secretaria de Segurança do Estado. Já os representantes da secretaria não responderam às tentativas de contato feitas pela reportagem.
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