Atirador que matou 40 pessoas em Istambul segue foragido

Arquivado em:
Publicado Domingo, 01 de Janeiro de 2017 às 13:45, por: CdB

Algumas pessoas pularam nas águas do rio Bosphorus, em Istambul, para se salvar após o atirador abrir fogo, aleatoriamente

 

Por Redação, com agências internacionais - de Ancara e Istambul

 

Segue foragido o atirador que abriu fogo sobre o público que comemorava o Ano Novo em uma lotada casa noturna. A boate fica às margens de uma hidrovia em Istambul. O ataque, ocorrido nas primeiras horas deste domingo resultou na morte de ao menos 40 pessoas. Muitos eram turistas.

turquia.jpg
Parentes das vítimas foram até o local dos atentados, ocorridos em uma boate de Istambul, na virada do Ano Novo

Algumas pessoas pularam nas águas do rio Bosphorus para se salvar após o responsável pelo ataque abrir fogo, aleatoriamente. O atirador se posicionou no centro da casa noturna Reina apenas uma hora após o ano novo. Autoridades falaram em um único responsável, mas alguns relatos, incluindo em mídias sociais, sugerem que pode ter havido mais pessoas envolvidas.

O ataque chocou a Turquia conforme o país tenta se recuperar de uma tentativa fracassada de golpe de Estado em julho. E de uma série de ataques a bombas em cidades, incluindo Istambul e a capital Ancara. Alguns foram reivindicados pelo Estado Islâmico e outros por militantes curdos.

Sangue

Serviços de segurança estavam em alerta ao redor da Europa para as festas de final de ano após um ataque a um mercado de Natal em Berlim que matou 12 pessoas. Há apenas alguns dias atrás, uma mensagem online de um grupo pró-Estado Islâmico havia pedido por ataques de "lobos solitários" sobre "celebrações, encontros e clubes".

O jornal Hurriyet citou testemunhas dizendo que os responsáveis pelo ataque gritaram em árabe conforme abriram fogo em Reina.

— Nós estávamos nos divertindo. De repente as pessoas começaram a correr. Meu marido disse para eu não ficar com medo, e pulou sobre mim. As pessoas corriam sobre mim. Meu marido foi atingido em três lugares — disse ao jornal uma das pessoas que estavam no clube, Sinem Uyanik.

Ela disse ter visto pessoas encharcadas de sangue.

O incidente lembra o ataque de militantes islâmicos ao clube Bataclan, em Paris, em novembro de 2015, que junto com ataques a bares e restaurantes matou 130 pessoas.

Caçada humana

O ministro do Interior Suleyman Soylu disse que 15 ou 16 dos mortos em Reina eram estrangeiros, mas apenas 21 corpos foram identificados até o momento. Ele disse a jornalistas que 69 pessoas estavam no hospital, quatro delas em estado crítico.

— Uma caçada humana pelo terrorista está em andamento — afirmou ele.

Pessoas de Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Libia, Israel e Bélgica estão entre os mortos, segundo as autoridades. A França disse que teve três cidadãos feridos.

A Turquia faz parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos que tem lutado contra o Estado Islâmico e lançou uma incursão sobre a Síria em agosto para retirar os radicais islâmicos de suas fronteiras. O país também ajudou a intermediar um frágil cessar fogo na Síria com a Rússia.

Condolências

Ainda não houve ninguém clamando responsabilidade pelos ataques, mas o presidente turco Tayyip Erdogan ligou os ataques aos acontecimentos na região, na qual a Turquia enfrenta conflitos ao longo de sua fronteira com Síria e Iraque. Cerca de três milhões de refugiados sírios vivem atualmente em solo turco.

O clube Reina é um dos mais populares da noite de Istambul, sendo popular entre locais e estrangeiros. Acredita-se que cerca de 600 pessoas estavam no local quando o atirador matou um policial e um civil na porta e forçou a entrada na casa, onde abriu fogo.

O presidente dos EUA, Barack Obama, em férias no Havaí, expressou condolências e ordenou a sua equipe que ofereça ajuda às autoridades turcas, disse a Casa Branca. O presidente russo, Vladimir Putin, também expressou seu pesar sobre os acontecimentos.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo