Lula ressaltou que o período em que vivemos tem resultado na perda de direitos constitucionais, o que coloca o futuro do país em risco.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Líderes partidários da esquerda brasileira e de movimentos sociais reuniram-se, na noite desta segunda-feira em um ato suprapartidário no Circo Voador, Lapa, Centro da Cidade. Os oradores protestaram também contra o assassinato político de Marielle Franco. Nos Arcos da Lapa, do lado de fora do teatro, milhares de pessoas se reuniram para acompanhar o ato público.
Ao lado de líderes do PSOL, PCdoB, PCB, PDT, PSB e PCO, Lula ressaltou que a unidade deve fortalecer a luta.
— A democracia só vai se consolidar quando aprendermos a conviver na adversidade. Isso não é uma seita. É aprender a respeitar a liberdade do outro. Não pensem que a luta é fácil. E não tem problema que a gente perca uma, mas não podemos perder a disposição de lutar — afirmou o líder petista.
Lula ressaltou que o período em que vivemos tem resultado na perda de direitos constitucionais, o que coloca o futuro do país em risco.
— A democracia pra mim não é uma coisa pequena. Não é só dizer que eu tenho o "direito de ir e voltar — acrescentou.
Líder do PSOL
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) apontou que a escalada das agressões contra a esquerda acendem um sinal de alerta e que é preciso fortalecer a resistência contra o fascismo.
— Nós não seremos vencidos nem pelo medo, nem pelo ódio. A morte da Marielle ultrapassou qualquer fronteira. Os tiros contra a caravana ultrapassaram qualquer fronteira. Tem uma fronteira decisiva nessa história que separa a barbárie da democracia e a barbárie tem que ser acuada — afirmou.
Lula democrática
Pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d'Ávila ressaltou, por sua vez, o direito de Lula à um julgamento justo e de disputar as eleições.
— Aquilo que nos une é a luta pela liberdade. E nós também temos uma missão de dizer que a luta democrática pela liberdade passa pela liberdade de Lula concorrer — declarou Manuela.
Armação histórica
Outro orador inscrito, o psolista Valerio Arcary foi muito aplaudido.
— Aqui estamos começando a erguer os tijolos de uma muralha na luta contra o fascismo. Somos todos camaradas, aprendemos duramente que construir a Frente Única não significa ter adesão de um partido sobre outro. Não podemos mais ter medo das nossas diferenças — afirmou.
Para a filósofa e escritora, recém-filiada ao PT, Marcia Tiburi também usou da palavra:
— Estamos vivendo um delírio que é fruto de uma armação histórica que é fruto do neo liberalismo.
Dissidência
Nem todos os integrantes da esquerda, no entanto, aplaudiram a realização do ato. Para o candidato a senador pela legenda do PSOL, nas últimas eleições, Milton Temer, foi “tudo bem, tudo legal com a exceção de sempre”.
“Mas chega. A partir de agora, ato unitário tem que ser produção unitária e não apenas do maior partido da Frente. Unidade é fundamental no combate à crescente onda de normalização da violência e afirmação de contra-valores que a direita fascista vem promovendo. Mas é fundamental que o respeito às diferenças se registre em todos os itens”, escreveu em uma rede social.
Alma lavada
“Isso não ocorreu (na véspera). E não fora pela forma desabrida e corajosa com que Valério, Mônica, Tarcisio e Freixo se manifestaram, a lembrança de Marielle teria se transformado num acessório a mais do Lula-lá de campanha eleitoral”.
Chegou a criticar o deputado Marcelo Freixo (PSOL- RJ). Temer disse que ele “recoloca a dignidade partidária. Brilhante. Veemente. Incisivo. Faz esquecer a derrapada político- ideológica anterior de alguém que parece se lamentar ser deputado do PSOL”.
“Luta que Segue!! com a alma lavada”, concluiu.