Ato de protesto mostra inconsistências no processo contra ex-presidente

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Publicado Segunda, 16 de Abril de 2018 às 11:44, por: CdB

Segundo o presidenciável do PSOL, ”essa ocupação vem revelar a farsa judicial que foi feita”. Um total de cerca de 200 manifestantes chegou ao edifício Solaris, nesta madrugada, para o protesto.

 

Por Redação - de São Paulo

 

Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato a presidente da República, Guilherme Boulos (PSOL) apontou, nesta segunda-feira, graves inconsistências no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Boulos apoiou a ocupação do tríplex do Guarujá, cuja propriedade foi atribuída, sem provas, ao ex-presidente Lula por Sérgio Moro.

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Militantes do MTST integram o protesto contra a prisão do ex-president Lula

A ocupação, realizada nesta manhã, reuniu integrantes do MTST e da frente Povo Sem Medo.

— Se é do Lula, o povo foi convidado e pode ficar lá. Nós queremos ver vai pedir a reintegração de posse. Se não é do Lula, o Judiciário vai ter que explicar porque prendeu o Lula por conta deste triplex — disse Boulos, publicamente.

Segundo o presidenciável do PSOL, ”essa ocupação vem revelar a farsa judicial que foi feita”.

— Lula foi preso por uma condenação política, que tinha o objetivo de retirá-lo do processo eleitoral e o levou à prisão de maneira arbitrária. E o objeto desta prisão era precisamente este tríplex. Se o tríplex é do Lula, em várias vezes ele autorização a ocupação. O MTST então está ocupando com autorização do proprietário — afirmou.

Protesto

A ação dos militantes do MTST foi rápida. Em menos de cinco minutos, cerca de 30 manifestantes ocuparam o apartamento tríplex atribuído ao ex-presidente Lula.

O grupo permaneceu no local por mais de duas horas.

Um total de cerca de 200 manifestantes chegou ao edifício Solaris, nesta madrugada, para o protesto. Uma parte do grupo ultrapassou as grades de acesso ao prédio e subiu 16 lances de escada.

‘Não tem arrego’

Ao chegar ao apartamento, a porta foi quebrada e os militantes encontraram uma geladeira, um fogão e um micro-ondas; além de camas no local.

Eles fixaram bandeiras do movimento na varanda com vista para o mar. Da sacada do prédio, gritavam:

“Não tem arrego. Ou solta o Lula ou não vai ter sossego”. 

Uma das coordenadoras da Frente Povo Sem Medo, da qual o movimento faz parte, Andreia Barbosa afirmou a jornalistas que o grupo ficaria o tempo necessário para fazer uma demonstração de que Lula é inocente.

— Se o apartamento é do Lula, ele que peça a integração de posse — disse Andreia.

Advogados

Um representante do condomínio bateu na porta, que esta travada por um pedaço de madeira, e perguntou se os militantes tinham ciência de que estavam cometendo um crime. Em resposta, ouviu que só deixarão apartamento com decisão judicial.

Com a chegada da Polícia Militar ao local, o MTST concordou em sair do tríplex. Os militantes deixaram o edifício pelas escadas, seguindo roteiro acertado entre advogados e Polícia Militar. 

Lula, líder destacado nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense. Ele iniciou o cumprimento da pena de 12 anos e 1 mês de prisão, determinada pelo juiz Sérgio Moro.

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