A disputa pelo controle da unidade da Parmalat no Brasil agravou-se na quinta-feira, depois que o interventor rejeitou uma decisão judicial que devolvia à matriz italiana o poder sobre a empresa.
Advogados de Keyler Carvalho Rocha, interventor indicado em 11 de fevereiro pelo juiz Carlos Henrique Abrão, prometeram apelar da determinação do juiz Roque Mesquita, do 1o Tribunal de Alçada Civil.
A liminar da Justiça abre caminho para a volta de Ricardo Gonçalves à presidência da Parmalat Brasil. Mas em uma reunião na quinta-feira com Gonçalves e seu advogado, Rocha recusou-se a deixar o cargo argumentando que a liminar é muito vaga e, por isso, sem mérito.
- Ao mesmo tempo em que esta liminar supostamente reinstala Ricardo Gonçalves como presidente, não desafia a legalidade da administração apontada pelo Tribunal - , disse Paulo Salles de Toledo, advogado de Rocha.
Cercado por jornalistas ao sair da reunião, Gonçalves disse que a ``presidência da empresa está vaga enquanto as questões legais não forem esclarecidas''.
Mas seu advogado, Thomas Felsberg, foi mais categórico. ``A ordem do juiz será respeitada. Agora a questão é apenas quando e como isto será implementado'', disse.
A decisão também permite a volta de Andrea Ventura ao comando da diretoria financeira da empresa. Mas Felsberg disse não ter certeza se Ventura tem a intenção de retornar ao seu cargo.