Aumento de preços nos combustíveis é causado por erros em série do governo

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Publicado Quinta, 04 de Março de 2021 às 14:32, por: CdB

Para denunciar as razões destes sucessivos aumentos e defender a Petrobras como uma empresa pública brasileira, que deve estar a serviço da população e do desenvolvimento do país, os bancários se juntaram nesta quinta-feira aos petroleiros, professores e demais categorias de trabalhadores.

Por Redação - do Rio de Janeiro e São Paulo

Nos três primeiros meses deste ano, até agora, os reajustes dos derivados de petróleo nas refinarias da Petrobras chegam a 41,5% para a gasolina; 34,1% para o diesel; e a 17,1% no gás de cozinha. Apenas a gasolina já aumentou cinco vezes em dois meses, o que mobilizou trabalhadores, em todo o país, contra a política de preços da companhia. Em reuniões ao longo das últimas horas, os sindicatos dos petroleiros e dos bancários têm explicado à opinião pública a razão de tantas majorações nos preços dos combustíveis.

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A gasolina registrou alta pelo segundo mês consecutivo e tem causado revolta nos donos de automóveis

Para denunciar as razões destes sucessivos aumentos e defender a Petrobras como uma empresa pública brasileira, que deve estar a serviço da população e do desenvolvimento do país, os bancários se juntaram nesta quinta-feira aos petroleiros, professores e demais categorias de trabalhadores em uma grande mobilização nacional.

Os atos, em São Paulo e outras capitais e cidades brasileiras, reivindicam ‘Vacina já!’, a volta do auxílio emergencial, contra os aumentos abusivos dos combustíveis, por empregos para todos e em defesa do Banco do Brasil e da Caixa.

Motivos

Segundo dados dos sindicatos, os motivos pelos quais a gasolina e o gás estão tão caros são quatro, a começar pela Política de Paridade de Preços de Importação (PPI).

O primeiro deles questiona uma medida tomada durante o governo do presidente de facto Michel Temer (MDB), que usurpou o posto então ocupado pela presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), durante o golpe de Estado em curso desde 2016.

“O Brasil produz toda gasolina que consome. Ainda importamos alguns volumes de óleo diesel e de gás de cozinha, mas a maior parte desses produtos a Petrobras faz aqui, em suas refinarias, usando petróleo produzido aqui. Entretanto, desde o governo Temer foi adotada a PPI, política mantida por Bolsonaro, na qual os combustíveis são reajustados pela variação do mercado global, o que favorece apenas os acionistas da Petrobras, encarecendo os combustíveis e todos os produtos que dependem do transporte rodoviário”, divulga o texto dos sindicatos.

Sem política

E questionam se “é justo que uma empresa pública, como a Petrobras, construída com recursos dos brasileiros, sirva aos interesses dos acionistas e não ao interesse de toda a população?”

O segundo ponto seria a ausência de política de Estado para o setor de óleo e gás

“Falta ao Brasil uma política de Estado para o setor de óleo e gás, que garanta o abastecimento nacional, com preços justos para a população. Para que isso ocorra, o reajuste dos combustíveis deve se basear nos custos nacionais de produção de derivados de petróleo e não no preço de importação, que a gestão da Petrobras implementou há quase cinco anos”, aponta o texto..

Em terceiro lugar na explicação sobre a alta dos combustíveis, estariam o desmonte e as privatizações promovidas pela gestão atual.

“O governo Bolsonaro intensificou o desmonte e as privatizações na Petrobras, iniciadas no governo Temer, colocando à venda oito refinarias, terminais, redes de gasodutos e subsidiárias, como a BR Distribuidora e a Liquigás, que já foram privatizadas”, listam.

‘Grande mentira’

Por último, o quarto ponto cita “a capacidade de produção subutilizada”.

“A Petrobras só usa, em média, 75% da capacidade de suas refinarias. Se usasse tudo, poderia até diminuir a inflação dos alimentos, como mostra estudo de professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da Coppe/ UFRJ. A plena carga das refinarias teria impacto positivo maior que R$ 3,6 bilhões sobre o PIB brasileiro, além de diminuir a inflação dos alimentos e dos transportes.

“Entretanto, a gestão da Petrobras opta por não usar toda a capacidade de refino, beneficiando importadores de combustíveis. Importadores que vivem acusando a Petrobras de vender combustíveis a preços mais baixos. Pelos importadores, a gasolina, o diesel e o gás de cozinha seriam ainda mais caros. Aí, o governo federal e a gestão da Petrobras tentam passar para a população que vender refinarias da empresa vai “aumentar a concorrência. Uma grande mentira!”, concluem.

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