Avaliação de mandatário piora, diante grave crise econômica

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Publicado Sexta, 22 de Outubro de 2021 às 11:23, por: CdB

Houve também queda entre aqueles que consideravam o trabalho do presidente como ótimo ou bom. Em julho, 28% aprovavam Bolsonaro, que agora tem 23,4% de apoio. Outros 21,1% consideraram o trabalho do governo como regular. Mas 52,8% consideram a gestão ruim ou péssima.

Por Redação - de Brasília
Pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Exame/Ideia aponta aumento no número de brasileiros que avaliam a gestão do presidente Jair Bolsonaro como ruim ou péssima. Depois do recorde de desaprovação registrado em 8 de julho, quando 57% dos entrevistados avaliaram negativamente o governo, o índice recuou para 47% no dia 22, mas agora voltou a subir, com 52,8%, de acordo com o novo levantamento.
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Os mil dias do governo Bolsonaro parecem ter durando mil anos
Houve também queda entre aqueles que consideravam o trabalho do presidente como ótimo ou bom. Em julho, 28% aprovavam Bolsonaro, que agora tem 23,4% de apoio. Outros 21,1% consideraram o trabalho do governo como regular. Mas 52,8% consideram a gestão ruim ou péssima. Há dois anos, em 17 de outubro de 2019, o presidente tinha 36% de “ótimo” e “bom”. Em 22 de outubro do ano passado, praticamente o mesmo resultado (37%). Agora, a pesquisa mostra apenas 23,4%.

Desconversão

Ao todo, a pesquisa consultou 1.295 pessoas entre segunda-feira e ontem (18 a 21). A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. No relatório, o fundador do instituto Ideia, especializado em opinião pública, Maurício Moura, afirma que a parcela que avalia o governo federal como ruim e péssima acima de 50% é algo “muito perigoso” para Bolsonaro. — Porque é uma parcela de difícil desconversão — explica. De acordo com Moura, a aprovação do presidente, apesar de se manter na casa dos 20% na série histórica, “é muito inferior aos pares dele que conseguiram a reeleição no Brasil pós-redemocratização”. — Bolsonaro tem duas variáveis bastante preocupantes para uma possível reeleição: forte rejeição refletida na avaliação ruim, e baixa aprovação — acrescenta.

Inflação

As mulheres são maioria entre os que não aprovam a atual gestão federal, com 60%, ante 46% dos homens. Numa análise por região, a reprovação também é maior no Nordeste, com 55% que avaliam o governo como ruim ou péssimo. Já o apoio a Bolsonaro conta com uma parcela de 29% dos que ganham mais de cinco salários mínimos. E permanece com avaliação positiva na faixa de 35% e 37% no Norte e Centro-Oeste, respectivamente. Além de questionar sobre a atuação do governo, a pesquisa também levantou a posição dos entrevistados sobre a inflação e o aumento de preços em 2021. A sondagem revelou que até 79% encaram as altas como “um grande problema no dia a dia”. Apenas 5% disseram discordar. Combustíveis (43%), alimentos (40%) e energia elétrica (11%) são itens que mais têm pesado no bolso das pessoas. Sendo que a alta nos combustíveis é sentida principalmente nas classes A e B. Enquanto que a população com renda mais baixa, das classes D e E, apontam mais os alimentos e bebidas.

Insatisfação

Ao menos 68% disseram ter mudado hábitos de consumo por causa da inflação neste ano. Uma parcela ainda maior, de 74%, responderam que estão comendo menos carne. — Obviamente que isso tem um impacto muito grande no dia a dia das pessoas. Estamos falando de mais de dois terços dos brasileiros comendo de alguma maneira diferente, obviamente piorando sua alimentação em razão do aumento de preços — observa o fundador do Ideia. Dos entrevistados, 23% receberam o auxílio emergencial do governo federal. Entre essa parcela, a maioria (32%) não sabe se o programa social será estendido. Os brasileiros também são pessimistas com relação ao futuro econômico do país. Ao menos 42% discordam que a economia vai melhorar nos próximos seis meses. A pesquisa mostra uma correlação do dado à insatisfação com o governo Bolsonaro, formada por 66% daqueles que o desaprovam e por 49% das classes D e E e 46% dos que têm ensino superior. — É um sentimento geral de desconfiança e incerteza em relação à melhora econômica — conclui Moura.
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