Barbosa admite uso de offshore para compra de imóvel em Miami

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Publicado Segunda, 04 de Abril de 2016 às 10:33, por: CdB

Barbosa disse que o dinheiro para a compra do imóvel saiu de sua conta no Banco do Brasil, mas não apresentou provas da transação

Por Redação, com Agências de Notícias - de Brasília:
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, atraves do seu perfil no Twitter, tentou se defender das acusações de sonegação fiscal, depois que seu nome apareceu no listão do Panamá, com os clientes do escritório Mossack & Fernandes. Barbosa disse que pagou US$ 335 mil pelo seu apartamento em Miami, com recursos oriundos do seu trabalho, mas admitiu que abriu duas empresas offshore em paraísos fiscais – e não apenas uma – em busca de benefícios tributários. Na lista consta, ainda, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha que nega tudo.
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Barbosa disse que o dinheiro para a compra do imóvel saiu de sua conta no Banco do Brasil, mas não apresentou provas da transação
"Mas respondo: sou sim proprietário de um bonito apartamento de 73 m2 na cidade de Miami, Flórida", escreveu Joaquim Barbosa em seu perfil oficial (confira aqui). "Para essa finalidade, tornei-me titular de duas pessoas jurídicas estrangeiras. As razões são óbvias: fiscais e sucessórias." Razões fiscais e sucessórias são um eufemismo para a mesma questão: pagar menos impostos. Empresas offshore, registradas em paraísos fiscais, pagam menos tributos do que cidadãos que adquirem imóveis como pessoas físicas. Além disso, não pagam impostos de transmissão de heranças – o que coloca JB numa posição desconfortável para quem poderia se vender ao público como uma alternativa moralizante na política. No Twitter, Barbosa disse ainda que o dinheiro para a compra do imóvel saiu de sua conta no Banco do Brasil, mas não apresentou provas da transação. A reportagem do jornal Miami Herald afirma, no entanto, que Barbosa pode ter ganho o apartamento num condomínio de luxo e diz que sua transação foi totalmente inusual. O jornal chega a essa conclusão porque não houve pagamento de nenhum imposto na transferência. O Miami Herald, no entanto, faz a ressalva de que o vendedor apresentou a cópia de um contrato com pagamento em espécie de US$ 335 mil. "The Panama Papers" A revelação sobrei os “Papeis do Panamá”começou com o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, mas compreendeu dezenas de outras mídias, com a participação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Este submeteu o dossiê a 370 jornalistas de mais de 70 países para confirmação dos dados. São 11,5 milhões de documentos envolvendo milhares e milhares de pessoas físicas e de empresas com operações offshore através da Mossack & Fonseca, que tem sede no Panamá. Como assinalou o jornal The Guardian, nem todo operador offshore é um escroque, mas quase todos os grandes escroques internacionais terminam procurando operações offshore para escapar do fisco de seus países de origem. A lista envolve gente graúda, indo do rei da Arábia Saudita ao presidente argentino Maurício Macri, passando pelos primeiros ministros da Islândia e do Paquistão e o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, além de familiares do presidente chinês, Xi Jinping. Grande parte da mídia internacional está pondo o foco num círculo próximo do presidente russo Vladimir Putin. Porém os dados da lista vão muito adiante, envolvendo também dezenas de bancos que investem os capitais de seus clientes nesta operadora. Entre estes bancos figuram ramos do HSBC, do Safra Sarasin de Luxemburgo, dentre outros.
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