A Beija-Flor traiu na avenida a maravilhosa letra do próprio samba-enredo que entoou. Contrariando a narrativa pobre do desfile prático da Beija-Flor, a Petrobras que abraça a favela, tem possibilitado aqueles negros, não em transformar-se em marginais mas em campeões.
Por Gerson Carneiro - de São Paulo
Ao transformar em uma favela o prédio sede da Petrobras, obedeceu o padrão da lendária criatura, a Rede Globo, e colou com cuspe na alegoria da escola o velho estigma de que negros, moradores de favelas, alvos na mira do desprezo e da segregação, são assaltantes, são bandidos. Tornando assim fácil o desfile aos narradores e comentaristas que se calaram diante da Paraíso do Tuiuti.
Contrariando a narrativa pobre do desfile prático da Beija-Flor, a Petrobras que abraça a favela, tem possibilitado aqueles negros, não em transformar-se em marginais mas em campeões, monstros carentes de amor e de ternura.
Gerson Carneiro é midiativista.
PS: na foto, a judoca Rafaela Silva; patrocinada pela Petrobrás, foi a primeira brasileira a se sagrar campeã mundial de Judô. E campeã Olímpica.