Publicado Quinta, 27 de Fevereiro de 2020 às 06:18, por: CdB
Atriz portuguesa no filme Todos os Mortos, Leonor Silveira define "como um crime, como uma vergonha mundial" o que o governo Bolsonaro está fazendo contra o cinema no Brasil.
Rui Martins,do Festival Internacional de Cinema de Berlim: O mundo do cinema lamenta o que se passa no Brasil
Leonor Silveira, atriz portuguesa descoberta por Manoel de Oliveira, um dos maiores cineastas portugueses, deu um salto em sua carreira, atravessou o Atlântico e foi filmar no Brasil. Ela faz parte do elenco de nove mulheres do filme Todos os Mortos, na competição internacional do Festival de Cinema de Berlim.
A presença de Leonor Silveira no filme dos brasileiros Caetano Gotardo e Marco Dutra, foi importante, pois Todos os Mortos lembra uma época em que o Brasil era ainda bastante próximo de Portugal, fazia apenas dez anos a proclamação da República, logo depois de ter acabado a escravatura dos descendentes dos negros levados da África.
Um crime e uma vergonha
Para Leonor Silveira, o que está ocorrendo hoje no Brasil, com o corte de subvenções ao cinema, "é um crime e uma vergonha mundial. Tenho pena por não perceberem o mal que estão a fazer ao Brasil. Mas também sei que foram se meter com quem não deviam, porque artista tem resistência, como diz a Sara Silveira, para continuar a criar. E o artista brasileiro é muito bom em todas as áreas. E esse palco, como é o da Berlinale, que traz este ano 18 filmes brasileiros e outros que vierem no próximo ano, mostra e mostrará o que é a coragem e a capacidade do cinema brasileiro e não há nada que impeça que isso continue",
"Nunca participei em filmes do cinema brasileiro, essa é a minha primeira vez e o fiz com muita satisfação e muito orgulho.Caetano e Marco vieram ao meu encontro em Portugal e me propuseram essa participação, uma oportunidade maravilhosa. Tivemos os primeiros contatos por email mas depois vieram a Lisboa".
Sobre algumas diferenças de linguagem, Leonor explica ter havido alguns momentos nos quais algumas palavras tiveram de ser trocadas para serem entendidas. E sua participação previa justamente o sotaque português de Portugal, pois na época do filme era grande a influência portuguesa no Brasil.
Direto daRedaçãoé um fórum de debates editado pelo jornalista Rui Martins.Rui Martinsé jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do Pasquim. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil e RFI.
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