Recusa do presidente a reconhecer derrota e colaborar no processo de transição impede coordenação na luta contra a pandemia, diz democrata. Casos da doença no país saltaram de 10 milhões para 11 milhões em uma semana.
Por Redação, com DW – de Washington
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, advertiu na segunda-feira que a obstrução do processo de transição por parte do presidente Donald Trump poderá elevar o número de mortes por covid-19 no país.

Em entrevista em Wilmington, no Estado de Delaware, onde mora, Biden ressaltou que uma segunda vacina em testes contra o novo coronavírus está caminhando para a aprovação. Porém, disse que de nada adianta ter essa vacina, da companhia farmacêutica Moderna, se não houver um plano sólido para vacinar toda a população.
– Quanto mais cedo tivermos acesso ao plano do governo para distribuir a vacina, mais cedo esta transição avançará – disse.
Questionado sobre qual é a maior ameaça da recusa de Trump em reconhecer a derrota, Biden respondeu: “Que mais pessoas podem morrer se não coordenarmos.”
– A Casa Branca diz ter um programa que não trata apenas de como obter vacinas, mas de como distribuí-las. Se tivermos que esperar até 20 de janeiro para conseguir esse plano, é um mês ou mês e meio de atraso – disse Biden, referindo-se à data da posse presidencial.
“As coisas vão ficar muito mais difíceis”
O ex-vice-presidente no governo de Barack Obama lembrou que os Estados Unidos estão passando por um forte aumento de casos – eles subiram em 1 milhão só na última semana, ultrapassando a marca de 11 milhões desde o início da pandemia.
– Estamos entrando num inverno muito sombrio. As coisas vão ficar muito mais difíceis antes de melhorar – alertou.
Biden afirmou, entretanto, que pelo menos agora há um caminho claro para uma vacina, com as boas notícias das farmacêuticas Moderna e Pfizer.
– Eu não hesitaria em tomar a vacina. A única razão pela qual as pessoas estão questionando a vacina agora é por causa de Donald Trump – declarou.