Em entrevista à CNN, presidente eleito afirma que medida pode ajudar a reduzir números da pandemia e garante que Anthony Fauci continua como conselheiro-chefe de saúde em seu governo.
Por Redação, com DW – de Washington
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, disse na quinta-feira que vai pedir aos norte-americanos para usarem máscaras por 100 dias assim que iniciar seu mandato.

Em entrevista à emissora CNN, ao lado da vice-presidente eleita Kamala Harris, Biden disse que fará o pedido aos norte-americanos no dia da posse, 20 de janeiro. “Apenas cem dias com máscara, não para sempre, apenas cem dias. E acho que veremos uma redução significativa no vírus”, observou o democrata.
Recorde de mortes
Na quinta-feira, os Estados Unidos registraram um novo recorde de mortes por covid-19. Em 24 horas, foram registrados no país 3.157 óbitos em decorrência da doença. O número de novas infecções pelo coronavírus também superou a média diária de 200 mil, e o de internações passou pela primeira vez de 100 mil. Quase 20 mil pacientes estão em unidades de terapia intensiva (UTI) em todo o país.
O presidente eleito reiterou seu apelo para que o Congresso aprove uma proposta de auxílio emergencial de 908 bilhões de dólares apresentada esta semana por um grupo bipartidário de legisladores. “Seria um bom começo, mas não é o suficiente”, disse. “As pessoas estão realmente sofrendo”, acrescentou.
Biden disse que sua equipe de transição está trabalhando num pacote próprio de auxílio econômico à pandemia de coronavírus, que deverá ser lançado como uma de suas primeiras medidas econômicas.
“Fauci fica”
O presidente eleito também disse que pediu ao principal infectologista do país, Anthony Fauci, que continue exercendo sua função de conselheiro-chefe de saúde em sua administração, “exatamente na mesma função que teve para os vários presidentes anteriores”, como diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e principal membro da força-tarefa de combate à pandemia nos Estados Unidos.
Fauci conversou nesta quinta-feira com Biden e sua equipe para preparar o combate ao vírus, disse o democrata na entrevista à CNN.
Biden ainda afirmou que tomaria publicamente uma vacina para coronavírus para demonstrar sua segurança ao público. “As pessoas perderam a fé na capacidade de a vacina funcionar”, disse o presidente eleito, que elogiou os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton por também terem manifestado disposição em tomar a vacina na TV para tranquilizar a população.
Biden declarou também que a presença do presidente norte-americano, Donald Trump, em sua posse seria importante para “demonstrar, no final deste caos que ele criou, que há transferência pacífica de poder, com as partes concorrentes, ali, apertando as mãos e indo adiante”.
Sem ter admitido a derrota até agora na eleição presidencial de 3 de novembro, Trump insiste em dizer que teria havido ampla fraude eleitoral, sem apresentar provas, e se nega a dizer se vai comparecer à posse de Biden, em 20 de janeiro.