Biden reconhece genocídio dos armênio e irrita a Turquia

Arquivado em:
Publicado Sábado, 24 de Abril de 2021 às 16:06, por: CdB

A decisão no dia em que se recorda o 106º aniversário do genocídio tem enorme peso simbólico, uma vez que Biden é o primeiro líder norte-americano a se posicionar pelo reconhecimento.

Por Redação, com agências internacionais - de Ancara e Washington

Negado até agora por norte-americanos, entre outros governos no mundo, o genocídio de cerca de 1,5 milhão de armênios durante o Império Otomano, hoje a Turquia, foi reconhecido neste sábado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em uma decisão histórica. Biden afirmou que o massacre ocorrido em 1915 constitui "um genocídio”.

armenios.jpg
Armênios realizam manifestação pelos 106 anos do genocídio cometido pelos turcos

“O povo (norte-)americano homenageia todos os armênios que morreram no genocídio que começou neste dia, 106 anos atrás” — disse Biden em um comunicado. “Ao longo das décadas, os imigrantes armênios enriqueceram os Estados Unidos de inúmeras maneiras, mas nunca se esqueceram de sua história trágica. Honramos sua história. Vemos essa dor. Afirmamos a história. Fazemos isso não para culpar, mas para garantir que o que aconteceu nunca se repita", acrescentou.

A decisão no dia em que se recorda o 106º aniversário do genocídio tem enorme peso simbólico, uma vez que Biden é o primeiro líder norte-americano a se posicionar pelo reconhecimento. Seus antecessores não desejavam criar desconfortos com a Turquia, parceira estratégica na Otan (aliança militar do Ocidente).

Ferida profunda

A reação do governo turco foi quase que imediata. Logo depois da afirmação de Biden, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, escreveu em uma publicação no Twitter que rejeita a declaração, baseada, segundo ele, no populismo. "Não temos nada a aprender com ninguém em nosso passado. O oportunismo político é a maior traição à paz e à justiça."

"Esta declaração dos EUA, que distorce os fatos históricos, nunca será aceita na consciência do povo turco e abrirá uma ferida profunda que mina nossa confiança mútua e amizade", resumiu a diplomacia turca, por meio de um comunicado.

Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo