Bolsonarista agride presidente da comissão sobre maconha medicinal

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Publicado Terça, 18 de Maio de 2021 às 14:36, por: CdB

A confusão teve início após Teixeira realizar votação simbólica em um requerimento de adiamento de discussão apresentado por Garcia, vice-líder do bloco de partidos de apoio ao governo de Jair Bolsonaro na Câmara.

Por Redação - de Brasília

A comissão especial que debate a comercialização de medicamentos à base de cannabis registrou, nesta terça-feira, uma ato de violência após o deputado bolsonarista Diego Garcia (Podemos-PR) empurrar o presidente do colegiado, o petista Paulo Teixeira (SP), e bater em um computador. A reunião da comissão especial tinha como objetivo discutir o parecer do projeto que trata do tema, relatado pelo deputado Luciano Ducci (PSB-PR).

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A cannabis é usada como medicamento para uma série de males

A confusão teve início após Teixeira realizar votação simbólica em um requerimento de adiamento de discussão apresentado por Garcia, vice-líder do bloco de partidos de apoio ao governo de Jair Bolsonaro na Câmara. Deputados bolsonaristas, então, passaram a reivindicar que a votação fosse nominal, ou seja, que cada deputado votasse no sistema remoto adotado pela Câmara.

‘No grito’

Teixeira rejeitou a decisão e passou a discutir com o presidente da comissão com o apupo de aliados do presidente Jair Bolsonaro. Teixeira ainda tentava manter a calma.

— Não é no grito que nós vamos ganhar a discussão. O deputado Evair (Vieira de Melo, PP-ES) disse que uma kombi aqui pediu a verificação e foi o último momento do meu encaminhamento final — afirmou.

Garcia, em seguida, levantou-se, falou alto e disse que a votação teria que ser nominal ou a reunião seria encerrada.

— Vai continuar — garantiu Teixeira.

Agressão

O bolsonarista, então, aproximou-se rapidamente da bancada, bateu no laptop do petista e empurrou o presidente da comissão, com um tapa no peito. Teixeira continuou afirmando que a reunião continuaria, enquanto o deputado bolsonarista se exaltava.

— Você me deu um tapa. Você me deu um tapa no peito. Covarde — rebateu o presidente da comissão especial.

Enquanto isso, bolsonaristas gritavam que os defensores do projeto queriam liberar a maconha no Brasil. Garcia foi retirado da bancada por aliados e voltou a seu lugar.

— Deputado, eu quero aqui dizer o seguinte: esse deputado chegou aqui na frente e me deu um murro no peito. Me deu um tapa no meu peito — disse Teixeira.

Costumes

Teixeira pediu a filmagem, manteve a rejeição do requerimento e deu início à discussão do projeto.

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) defendeu o texto e afirmou que regulamentar os medicamentos à base de cannabis é questão humanitária e de saúde pública.

— Mas a base bolsonarista tenta tratar o tema como 'pauta de costumes' para inflar os apoiadores mais fanáticos do presidente. A agressão à mesa diretora da comissão só mostra o quanto lidam com o tema de maneira irracional, irresponsável e obscurantista. O deputado precisa ser punido pelo conselho de ética — concluiu.

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