Bolsonaro acusa o golpe, revela desespero e sai com explicação absurda para o M29

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Publicado Segunda, 31 de Maio de 2021 às 15:11, por: CdB

Em vídeo publicado na internet por apoiadores, na conversa matinal, Bolsonaro afirmou que além de maconha, faltou dinheiro também para aqueles que se reuniram em atos nas capitais, com maiores concentrações em São Paulo e no Rio de Janeiro, com cerca de 400 mil pessoas, segundo analistas independentes.

Por Redação - de Brasília

Impactado com o tamanho gigantesco das manifestações contra ele, na véspera, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levou 24 horas para elaborar uma resposta desesperada aos acontecimentos e, depois de muita elucubração, saiu-se com essa:

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Bolsonaro, no meio de uma aglomeração, cumprimenta os seguidores com a mão suja de secreção do nariz

— Você sabe por que teve pouca gente nessa manifestação da esquerda, agora, no último fim de semana? Porque a PF (Polícia Federal) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão apreendendo muita maconha pelo Brasil. Faltou erva para o movimento — afirmou aos seus seguidores, no chamado ‘cercadinho’, onde para pela manhã, ao sair do Palácio da Alvorada rumo ao Palácio do Planalto.

Em vídeo publicado na internet por apoiadores, na conversa matinal, Bolsonaro afirmou ainda que faltou dinheiro também para aqueles que se reuniram em atos nas capitais, com maiores concentrações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em lugar das aglomerações promovidas nos últimos fins de semana, dessa vez o mandatário não saiu da residência oficial.

Fatos distorcidos

No sábado, dia dos protestos, o presidente fez uma publicação em rede social segurando uma camiseta com a mensagem "imorrível, imbroxável, incomível" —mesmos termos usados recentemente por ele quando atribuiu a Deus a exclusividade de poder tirá-lo do cargo. Nesta segunda, diante dos apoiadores, voltou a usar as mesmas expressões.

Conforme relatos de aliados de Bolsonaro feitos ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), sob condição de anonimato, a estratégia do governo, já iniciada no final de semana, é tentar desqualificar os atos e manter a base bolsonarista radical unida. Para isso trabalham para ressuscitar o antipetismo. Seria esta a lógica com que os governistas querem generalizar como petistas todos os que foram às ruas protestar contra Bolsonaro. “Aliados do governo também trabalham para distorcer o foco dos atos”, acrescenta a reportagem da FSP.

“Em vez de reconhecer que as manifestações são pela falta de vacina e em desacordo com a condução do governo no enfrentamento à pandemia, levantam o discurso de que as passeatas tiveram viés eleitoral, em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em contrapartida, argumentam que os bolsonaristas que vão às ruas em apoio ao presidente são cristãos e patriotas. Além disso, aliados do mandatário estão usando imagens de aglomeração nos atos contra ele para se blindar de críticas naqueles favoráveis ao presidente”, diz o texto.

Prestígio

Durante o fim de semana, aliados de Bolsonaro “inflaram o discurso de polarização e miraram ataques a Lula. O ex-presidente, segundo a última pesquisa Datafolha, aparece com vantagem para a disputa pelo Palácio do Planalto em 2022”, pontua.

“Lula não foi aos protestos de sábado e manteve silêncio, mas em diversas cidades houve declarações de apoio ao petista. Ele readquiriu o direito de disputar a eleição após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular condenações da Lava Jato. Diante de um adversário com elevada rejeição e um cenário difícil inclusive na economia, a estratégia dos petistas é deixar que Bolsonaro se desgaste. A gestão da pandemia da Covid já é alvo de uma CPI no Senado”, conclui.

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