Bolsonaro é entrave ao acordo entre Mercosul e União Europeia, diz Merkel

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Publicado Quarta, 12 de Dezembro de 2018 às 14:00, por: CdB

Presidente da França, Emmanuel Macron segue na linha de Merkel e afirma que a possibilidade de apoiar o acordo comercial entre a UE e o Mercosul depende de Bolsonaro.

 
Por Redação, com agências internacionais - de Berlim e Paris
  A cada dia que passa, fica mais distante a possibilidade de um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. A constatação é da chanceler alemã, Angela Merkel, em pronunciamento nesta quarta-feira. Ela afirmou a parlamentares que o novo governo brasileiro do presidente eleito Jair Bolsonaro tornará o tratado mais difícil de ser alcançado.
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A chanceler alemã, Angela Merkel, foi apontada como a mulher mais poderosa do mundo, pelo oitavo ano consecutivo
Presidente da França, Emmanuel Macron segue na mesma linha da contraparte alemã. Ele afirmou que a possibilidade de seu governo apoiar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul depende da posição do presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre o Acordo Climático de Paris. — Não podemos pedir aos agricultores e trabalhadores franceses que mudem seus hábitos de produção para liderar a transição ecológica e assinar acordos comerciais com países que não fazem o mesmo. Queremos acordos equilibrados — disse Macron, sem citar diretamente as declarações contra o Acordo de Paris feitas por Bolsonaro.

Dúvidas

Macron fez as afirmações em uma entrevista coletiva conjunta com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, com o qual se reuniu dois antes do início da Cúpula dos Líderes do G20, grupo formado pelas maiores economias mundiais. A UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, pois a Venezuela está temporariamente suspensa) negociam o acordo com base em três pilares - o diálogo político, a cooperação e o livre-comércio - há quase 20 anos. Sem as dúvidas que manifestou em relação ao futuro governo brasileiro, Macron afirmou que pretende avançar nas relações com a Argentina e elogiou Macri por seguir um "rumo claro". Além disso, ressaltou que a França apoiou o pedido de empréstimo de US$ 57 bilhões feito pela Casa Rosada ao Fundo Monetário Internacional (FMI) após grave crise cambial.

Cúpula do G20

Macron informou também que pretende criar um fórum econômico bilateral entre França e Argentina, para que empresas de médio porte dos dois países façam mais investimentos cruzados em setores como inovação e turismo. Depois do encontro, os dois presidentes irão para a cidade de Tigre, ao norte de Buenos Aires, para um lanche oficial. Além de Macron, que chegou ontem à capital argentina, já estão na cidade o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong. Sobre a cúpula do G20, Macron indicou que espera que triunfe na reunião o espírito de "diálogo e cooperação". O presidente francês destacou ainda que tem uma relação "fácil e fluente" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em temas como segurança e luta contra o terrorismo, mas admitiu que há "desacordos" nas discussões sobre comércio e o clima.
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