Bolsonaro fustiga governadores e os ameaça com um novo Projeto de Lei

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Publicado Quinta, 06 de Fevereiro de 2020 às 13:07, por: CdB

O presidente voltou a dizer que zeraria os impostos federais sobre os combustíveis se os governadores fizessem o mesmo com o ICMS, como propôs, na manhã passada. Bolsonaro reclamou que mesmo com as reduções de preço nas refinarias, o preço na bomba não baixa, e por isso a Petrobras nem deveria mais reduzir seus preços.

 
Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o projeto de lei sobre a mudança na cobrança do ICMS sobre combustíveis está pronto e que irá enviá-lo ao Congresso, mesmo com as reclamações dos governadores.
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À jornalistas, Bolsonaro disse que poderá zerar os impostos federais nos combustíveis, o que geraria um rombo bilionário nas contas públicas
— Está pronto com o Bento (Albuquerque, ministro das Minas e Energia). Ele tem uma reunião dia 7, com gente do setor. O que eu falei para ele (Bento): nós sabemos que vai ter uma reação enorme dos governadores. Se o projeto vai para frente ou não, eu faço o que posso. Vai ter pressão lá, o Parlamento existe para dizer sim ou não. Alguns parlamentares estão preocupados com desgaste — disse o presidente na saída do Palácio da Alvorada.

Refinarias

O presidente voltou a dizer que zeraria os impostos federais sobre os combustíveis se os governadores fizessem o mesmo com o ICMS, como propôs, na manhã passada. Bolsonaro reclamou que mesmo com as reduções de preço nas refinarias, o preço na bomba não baixa, e por isso a Petrobras nem deveria mais reduzir seus preços. Bolsonaro afirmou que, embora os Estados estejam em situação financeira ruim, a população sofre mais ao pagar caro pelos combustíveis. — Eu sei que os Estados estão em seriíssimas dificuldades, mas mais dificuldade que os Estados é o povo, que não aguenta mais pagar R$ 5,50 na gasolina, o caminhoneiro pagar R$ 4,10 no litro do óleo diesel. Parece que diminuiu de novo hoje o preço na refinaria, não tenho certeza ainda. Mas se diminuiu, com todo o respeito, não pode diminuir mais, porque não chega no consumidor — afirmou Bolsonaro. Bolsonaro, entretanto, garantiu que não interfere na política de preços da Petrobras e disse que não vai telefonar para o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, para discutir o assunto. Na quarta-feira, a Petrobras anunciou que reduzirá o preço médio da gasolina nas refinarias em 4,3% e em 4,4% do diesel, a quarta redução neste ano. — Quanto vai baixar na bomba para o consumidor? Zero. Então eu estou fazendo aqui um papel de otário. Se bem que eu não interfiro na Petrobras. Eu não vou ligar para o Castelo Branco (presidente da Petroras) e ‘ó, não baixa mais’. Eu não interfiro na Petrobras — disse.

‘Imbrochável’

Bolsonaro voltou a antagonizar os governadores. Acusado de populismo pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por ter feito o desafio aos governadores, Bolsonaro disse que não era populismo, mas “vergonha na cara”. — Chega desse povo sofrer. Isso não é demagogia. Dois governadores que estão me criticando, isso não é populismo, é vergonha na cara. Ou você acha que o povo está numa boa? Está todo mundo feliz da vida com o preço do gás, com o preço da gasolina, com o preço do transporte? — respondeu. Bolsonaro acusou Doria e o governador do Rio de Janeiro, Wilzon Witzel (PSC) —que o responderam publicamente— de estarem preocupados com as eleições de 2022, mas garantiu que não está preocupado com reeleição, apesar de já ter indicado várias vezes que buscará mais um mandato. — Não estou preocupado com reeleição. Podem continuar escrevendo. Não vou brochar para atender vocês pensando em reeleição. Eu sou imbrochável — disse.
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