Bolsonaro questiona intenções por trás de ajuda internacional

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Publicado Segunda, 26 de Agosto de 2019 às 11:05, por: CdB

O presidente disse que a proposta de Macron de uma aliança do G7 para salvar a floresta trata o Brasil como uma “colônia” e uma “terra de ninguém”.

Por Redação, com Reuters - de Brasília: O presidente Jair Bolsonaro questionou nesta segunda-feira as intenções que estariam por trás das anunciadas ajudas internacionais para combater incêndios na Amazônia, após o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciar que os países do G7 darão ao menos 20 milhões de euros para combater as queimadas. - Macron promete ajuda de países ricos à Amazônia. Será que alguém ajuda alguém —a não ser uma pessoa pobre, né?— sem retorno? Quem é que está de olho na Amazônia? O que eles querem lá? - disse Bolsonaro em pronunciamento a jornalistas ao deixar o Palácio da Alvorada, recusando-se a responder questionamentos dos repórteres.
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Sem reclamações, Bolsonaro aceitou ajuda do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no combate aos incêndios na Amazônia
Em uma fala recheada de ataques à imprensa, a qual acusou várias vezes de mentir, Bolsonaro também disse que prefere fazer quatro anos de um bom governo do que oito anos de um governo ruim. Ele também negou se preocupar com reeleição, apesar de repetidos pronunciamentos públicos que fez recentemente, nos quais afirmou que pretende entregar um país melhor em 2022, ou em 2026, ao seu sucessor. - Não estou preocupado com reeleição. O dia em que eu me preocupar com reeleição, me transformo num cara igual aos outros que me antecederam - afirmou. Ainda nesta segunda-feira, Bolsonaro disse que não pode aceitar que o presidente da França, Emmanuel Macron, faça o que chamou de “ataques descabidos e gratuitos” à Amazônia e disse que a proposta de Macron de uma aliança do G7 para salvar a floresta trata o Brasil como uma “colônia” e uma “terra de ninguém”. “Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma ‘aliança’ dos países do G7 para ‘salvar’ a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter. “Outros chefes de Estado se solidarizaram com o Brasil, afinal respeito à soberania de qualquer país é o mínimo que se pode esperar num mundo civilizado”, acrescentou. Bolsonaro aceita ajuda de Israel Bolsonaro disse no domingo que aceitou ajuda do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no combate aos incêndios na Amazônia, após o assunto ter sido um dos temas da reunião do G7, na França, no fim de semana. A ajuda israelense foi anunciada pelo presidente em sua conta no Twitter, em meio à preocupação demonstrada por vários líderes mundiais com as queimadas na floresta amazônica. “Em contato telefônico com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, este reconhece os esforços do Brasil no combate aos focos de incêndio na Amazônia. Aceitamos o envio, por parte de Israel, de aeronave com apoio especializado para colaborar conosco nessa operação”, escreveu Bolsonaro no Twitter, juntamente com uma foto em que aparece reunido com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Salles diz que ajuda é bem-vinda O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, disse nesta segunda-feira que é bem-vinda a ajuda financeira para o combate a incêndios na Floresta Amazônica proveniente dos países do G7. Ao falar em evento em São Paulo, Salles disse que “uma série de políticas públicas irracionais e demagógicas” de governos anteriores deve ser responsabilizada pelos incêndios florestais. As chamas que se alastram pela Amazônia ganharam repercussão internacional e foram debatidas pelos líderes globais durante uma reunião do G7 sobre mudanças climáticas e biodiversidade. Mais cedo nesta segunda-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que os membros do grupo decidiram doar ao menos 20 milhões de euros para auxiliar o combate às queimadas. Salles avaliou a ajuda anunciada como “excelente medida, muito bem-vinda”. Ele ressalvou, no entanto, que “não há nada pior para o meio ambiente que a falta de desenvolvimento”. - A grande promessa está no que eu chamo de... bioeconomia, a exploração adequada da riqueza que ali está - disse.
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