A MP está na pauta do Senado desta quarta-feira e o texto define que a privatização da Eletrobras ocorrerá por meio de um aumento do capital social da empresa, com a emissão de ações ordinárias, de forma a diluir a participação da União na empresa.
Por Redação - de Brasília
Presidente da República, o ex-militar Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta quarta-feira, que haverá um "caos energético" no Brasil caso a aprovação da Medida Provisória (MP), que abre caminho para a privatização da Eletrobras, seja rejeitada em Plenário, no Senado. Nem seus próprios seguidores, no entanto, concordam com o ponto de vista.
— Se não privatizar, tem (sic) um caos no sistema energético no Brasil — disse o presidente a apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada. A declaração foi reproduzida em uma página de seus seguidores, nas redes sociais.
A MP está na pauta do Senado desta quarta-feira e o texto define que a privatização da Eletrobras ocorrerá por meio de um aumento do capital social da empresa, com a emissão de ações ordinárias, de forma a diluir a participação da União na empresa.
Sindicalista
Foi aí que o mandatário recebeu o questionamento de um dos presentes no conhecido ‘cercadinho’ do Palácio da Alvorada, sobre a privatização.
— Você não vai deixar aprovar não, né? — questionou o seguidor.
Ele também perguntou sobre possível aumento no valor da conta de energia com a medida e recebeu uma descompostura, em seguida.
— Você sabe o imposto que paga na tua cidade, de luz. Não sabe? Então não discuta comigo — repreendeu-o Bolsonaro.
E foi adiante:
— Eu sei que você é sindicalista. Esse discurso, não vou aceitar aqui discutir sobre privatização.
Validade
O presidente também afirmou que "quase tudo o que é público" é levado "para a corrupção". Bolsonaro citou modificações feitas pelo seu governo na Caixa Econômica, Usina de Itaipu e Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
— Agora, o pessoal que é contra a privatização, está de brincadeira. Se eu sair daqui, voltar o PT… — disse Bolsonaro.
Durante a tramitação na Câmara, a MP foi alterada e recebeu jabutis (nome dado a emendas sem relação com o texto original dos projetos de lei). O texto que está no Senado prevê, por exemplo, a compra de 6 mil MW (megawatts) de usinas que devem ser instaladas nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. A MP da Eletrobras precisa ser votada até 22 de junho para não perder a validade. Se caducar, será a terceira vez, desde o governo Michel Temer (MDB), que o projeto vai para a gaveta.