Bolsonaro vai no mesmo rumo que Trump para as eleições de 2022, diz a oposição

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Publicado Quinta, 07 de Janeiro de 2021 às 11:47, por: CdB

Não apenas o presidente, mas seus filhos – o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) – não comentaram sobre a invasão ao Capitólio.

Por Redação, com BdF - de Brasília

A invasão de apoiadores do presidente norte-americano Donald Trump ao Capitólio, para impedir a confirmação da vitória eleitoral do opositor Joe Biden, na véspera, repercutiu ao redor do mundo mas, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em pronunciamento sobre os fatos, preferiu não condenar os ataques ocorridos. Os três filhos políticos, acostumados a comentar os acontecimentos da política dos EUA, também se calaram na sequência dos acontecimentos, e o silêncio foi criticado nas redes sociais como consentimento aos ataques.

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Lula fez um alerta para o risco que corre a democracia brasileira com as posições golpistas do presidente Bolsonaro

O capitão reformado foi perguntado, horas após o ataque dos extremistas em Washington sobre sua posição em relação à alegação de fraude eleitoral sustentada por Trump, sem provas. Bolsonaro enfatizou que houve “muita denúncia de fraude” no pleito realizado por lá, em novembro.

— Eu acompanhei tudo hoje. Você sabe que sou ligado ao Trump. Houve muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu tenho indício de fraude na minha eleição (em 2018). Era para ter ganho no primeiro turno — emendou.

Apoiadores

Em sua conta no Twitter, o cientista político Jairo Nicolau comentou um vídeo do breve pronunciamento de Bolsonaro.

— Ficou de apresentar as provas das fraudes há dois anos. Elas não existem, mas a invenção vai chegando aos seus apoiadores. Se diz que a vitória em 2018 foi fraudada, imagina a derrota em 2022 — alertou.

Os filhos do presidente – o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) – não comentaram o caso. Este último se reuniu com a família Trump nos EUA no início da semana e faz campanha para o republicano nas redes sociais há pelo menos três anos.

Oposição

Já os líderes políticos de oposição a Bolsonaro se pronunciaram imediatamente após os ataques.

O ex-ministro e candidato em 2018 Fernando Haddad (PT) fez várias publicações, ao longo das últimas horas, sobre o realidade em curso nos Estados Unidos. Uma das publicações foi um comentário a uma imagem em que um dos invasores do Capitólio aparece com uma jaqueta fazendo apologia ao nazismo e às execuções em massa no campo de concentração de Auschwitz, na Alemanha.

“Governo apoiado por fascistas só termina de um jeito: mal. Fica o alerta”, escreveu Haddad.

O ex-governador e também candidato à Presidência em 2018 Ciro Gomes (PDT), de centro-direita, foi taxativo: “Trump é um mau exemplo para o mundo e coloca não só os EUA em risco, mas todos os países democráticos. Temos que nos manter vigilantes. Bolsonaro é aprendiz e capacho de Trump. É hora do Congresso brasileiro colocar um freio em seus crimes e abrir o processo de impeachment”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também reforçou o alerta sobre o que pode acontecer no Brasil em 2022. “A invasão do Capitólio revela cruamente o que acontece quando se tenta substituir a política e o respeito ao voto pela mentira e pelo ódio, até mesmo num país que gosta de se apresentar como campeão da democracia”, postou. “Para o Brasil, é um alerta sobre o que ainda pode acontecer de pior aqui, se não for contido o autoritarismo de Bolsonaro e suas milícias, se continuarem sendo toleradas as violações à liberdade e aos direitos”.

Democracia

A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), por sua vez, condenou os ataques e lembrou da postura intervencionista dos Estados Unidos em outros países, com o pretexto de preservação da democracia. “Já imaginaram a opinião da Embaixada dos EUA sobre o que acontece agora nos EUA?”, ironizou.

Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que o dia 6 de janeiro entrará para a história como uma tentativa de golpe nos EUA. “Donald Trump é responsável pelo atentado à democracia e pela morte de uma pessoa durante a invasão ao Congresso incentivada por ele”, escreveu.

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (Democratas), e da Câmara, Rodrigo Maia (Democratas), se pronunciaram oficialmente denunciando a ameaça à democracia nos EUA.

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