Boulos destacou que o projeto de sua pré-candidatura não é “apenas para a próxima eleição, mas para a próxima geração”.
Por Redação – de São Paulo
A pré-campanha de Guilherme Boulos e Sônia Guajajara, pelo Psol, lançou na noite passada, em evento que terminou na madrugada desta quarta-feira; a plataforma de mobilização “para reunir grupos de apoio e ação em todo o país”, segundo os pré-candidatos.

A plataforma será o instrumento pelo qual a pré-campanha pretende obter seu financiamento e a construção do programa de governo. Este, portanto, será construído em conjunto com a sociedade.
— Esse projeto não termina em outubro, vai muito além. Esse programa não tem prazo de validade em 2018. Queremos ganhar 2018; mas para que a vitória seja duradoura, temos que estar preparados para apresentar uma outra política. A política das eleições e da disputa da institucionalidade. Mas, igualmente, a política das ruas; das ocupações, das lutas, sem medo de ocupar inclusive o poder — disse Boulos.
Mobilização
O encontro foi realizado na Casa do Baixo Augusta; Centro de São Paulo.
— Um dos erros que a esquerda cometeu nesse país foi pensar política apenas a partir do calendário da próxima eleição — afirmou o pré-candidato.
Boulos destacou, ainda, que o projeto de sua pré-candidatura não é “apenas para a próxima eleição, mas para a próxima geração”.
Pré-campanha
De acordo com Boulos e Sônia, a mobilização será porta a porta, com grupos de ação por todo o país, que já estão sendo montados. A aliança une Psol, PCB, movimentos sociais, ativistas e a sociedade de modo geral.
— Essa é uma pré-campanha que não tem rabo preso com empreiteiro e banqueiro — declarou Boulos.
Por isso, explicou, a plataforma será fundamental ao processo da pré-campanha.
— Precisaremos de apoio e mobilização — pontuou.
Debate
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disse que a pré-campanha envolverá “o povo das favelas, das periferias, das ocupações, das palafitas, dos sem-terra, dos sem-teto, dos sem esperança, os que foram silenciados e só com muita luta fazem ouvir as suas vozes”. O projeto pretende somar “o Brasil profundo e as grandes cidades”, segundo ele.
O pré-candidato afirmou que o objetivo de seu projeto é politizar o debate na sociedade e “levar as bandeiras contra os retrocessos democráticos e de direitos” atualmente em marcha no Brasil.
Ele disse ainda que a proposta é inserir no projeto as pessoas que não se sentem representadas pela política tradicional e perderam a esperança, diante da injustiça e da desigualdade.
— Vivemos uma sociedade em que cada um está sozinho no meio da multidão, às vezes sofrendo de depressão. Quando esse sofrimento encontra o acolhimento coletivo, se transforma em esperança — afirmou.
Área econômica
A produtora cultural Paula Lavigne participou do evento. Em rápida fala, ela afirmou que Boulos e Sônia lhe causaram “um impacto muito grande” e ficou impressionada com o movimento indígena e o movimento sem-teto.
— Um encantamento e uma grande esperança — afirmou.
A economista e professora da Universidade de São Paulo (USP) Laura Carvalho será a coordenadora da área econômica do projeto da pré-candidatura. Frei Betto estará em grupo encarregado dos direitos sociais.
Os atores Wagner Moura, Alinne Moraes, Érico Brás e Bruno Mazzeo, entre outros, e o poeta Ferrez estão entre os apoiadores da chapa.