Brasil e Japão firmam termo para biocombustível

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Publicado quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005 as 15:34, por: CdB

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Japan Bank for Internacional Cooperation (JBIC) firmaram nesta quinta-feira a primeira etapa do termo de referência para a futura implantação de um programa bilateral de biocombustível com vistas à exportação de etanol e biodiesel para o mercado japonês.

De abril a dezembro de 2005, técnicos brasileiros e japoneses farão uma radiografia minuciosa da agricultura energética nacional e definirão estratégias para a modernização do setor e ampliação da produção de álcool combustível no Brasil.

O uso do biocombustível já é uma realidade em vários países. Em 2003, o governo japonês regulamentou a lei que autoriza a adição de até 3% de álcool à gasolina. Agora o interesse é financiar projetos de longo prazo capazes de aumentar a produção brasileira e garantir a exportação contínua e regular do produto para o Japão. Com isso, o Brasil teria excedentes exportáveis para atender o mercado japonês que já começa com uma demanda de 1,8 bilhão de litros por ano.

Anualmente, o Brasil consome cerca de 13 bilhões de litros de álcool combustível, puro ou misturado à gasolina. O Japão também está interessado na importação de óleo de mamona para a fabricação do biodiesel (mistura do óleo ao diesel de petróleo), que será utilizado no Brasil a partir deste ano. O futuro acordo bilateral também deve prever o estímulo à fabricação de biodiesel no Nordeste.

Segundo o secretário-executivo do ministério, Luiz Carlos Guedes, o provável acordo de cooperação permitirá investimentos na expansão das áreas de plantio de cana-de-açúcar, na instalação de novas destilarias e na modernização da infra-estrutura de estocagem e transporte de etanol.

– Este acordo teria um extraordinário significado econômico, social e ambiental e fortaleceria ainda mais a relação do Brasil com o Japão – ressaltou.

Os representantes do banco japonês não revelaram o valor dos investimentos que poderão ser realizados no Brasil na área de biocombustível. De acordo com o diretor da instituição, Toshitaka Takeuchi, o Brasil é o principal parceiro do banco na América Latina, com uma carteira de US$ 8 bilhões para investimentos nas áreas de petróleo, saneamento, agricultura e logística, entre outras.

Takeuchi ressaltou que o termo assinado hoje é apenas a primeira etapa de um projeto estratégico de médio e longo prazos.

– O resultado definitivo só será conhecido em dezembro, depois da realização de todos os estudos necessários – afirmou.