Brasil e UE superam impasse no setor têxtil

Arquivado em:
Publicado Quinta, 11 de Abril de 2002 às 12:55, por: CdB

Os europeus aceitaram retirar, do corpo do acordo para têxteis e vestuário que está em processo de negociação com o Brasil, a imposição de um compromisso brasileiro para discutir rebaixamento tarifário para o setor, no âmbito do Mercosul. Ficou definido que será redigido um documento em separado, onde o Brasil assumirá um acordo de cavalheiros para levar a questão aos fóruns do mercado comum. Ontem, representantes técnicos dos 15 países da União Européia (UE) discutiram as últimas considerações feitas pelo Brasil sobre a proposta européia, encaminhada na semana passada. Os europeus queriam incluir no acordo o compromisso brasileiro de levar ao Mercosul a discussão de rebaixamento de alíquotas a todos os produtos que não constassem nesta negociação bilateral. O Brasil respondeu que não poderia assumir um compromisso em nome do grupo. Pelo acordo dos têxteis e vestuário, a UE suspenderá 10 cotas, com a contrapartida de o Brasil não aumentar as tarifas vigentes, entre 4% e 20%, sobre uma lista de produtos que está sendo preparada, para a próxima semana, pelos europeus. As 10 cotas brasileiras abrangem os segmentos de fio de algodão, tecidos crus, algodão tinto, sintético e de fibras sintéticas, t-shirt, calças, roupas de cama e mesa, além dos felpudos. A UE redige até o dia 17 de abril a segunda versão de sua proposta, refletindo as preocupações levantadas na reunião de quarta-feira pelos 15 países europeus. Será anexada a este documento-resposta a lista com as reivindicações européias. Uma fonte próxima ao processo das negociações garante que "o acordo está bem encaminhado". O Brasil analisará este novo documento na reunião do Grupo de Gestão de Comércio Exterior (Gecex), órgão colegiado subordinado à Câmara de Comércio Exterior (Camex), na próxima quinta-feira, dia 18 de abril, em Brasília. A troca de documentos entre Brasil e UE prosseguirá até as partes afinarem o texto final. Se tudo correr bem, o acordo segue para aprovação em uma reunião geral da UE, dia 6 de maio, e depois deve ser submetido ao Conselho de Ministros da União, de acordo com os trâmites europeus. Diplomatas brasileiros consideram que o acordo dos têxteis e vestuário possa ser implementado a partir de julho, "caso tudo ande sem imprevistos, como está acontecendo até o momento".

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo