Os assistentes de vídeo auxiliam o árbitro principal, sempre que solicitado, revendo a jogada através de imagens. Essa será a primeira Copa do Mundo que contará com a tecnologia
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro/Moscou:
O brasileiro Wilton Sampaio está entre os 13 árbitros que atuarão como assistentes de vídeo nas partidas da Copa do Mundo 2018, a ser realizada de junho a julho na Rússia. Ele foi selecionado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) junto com juízes de futebol de outros nove países.

Os assistentes de vídeo auxiliam o árbitro principal, sempre que solicitado; revendo a jogada através de imagens. Essa será a primeira Copa do Mundo que contará com a tecnologia.
Os outros assistentes de vídeo escolhidos foram Abdulrahman Al Jassim (do Catar); Bastian Dankert e Felix Zwayer (ambos da Alemanha), Danny Makkelie (Holanda); Artur Soares Dias e Bruno Tiago Martins Lopes (ambos de Portugal), Daniele Orsato, Paolo Valeri e Massimiliano Bolirrati (os três da Itália), Pawel Gil (Polônia), Mauro Vigliano (Argentina) e Gery Vargas (Bolívia).
Além deles, qualquer um dos 36 árbitros principais ou 63 auxiliares já selecionados poderão ser escalados para atuar como assistentes de vídeo em uma das partidas.
O representante brasileiro no quadro de árbitros principais é Sandro Ricci. Já os bandeiras escolhidos são Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse.
VAR torna vida dos árbitros mais justa
Massimo Busacca ainda lembra de suas noites em claro. O diretor de arbitragem da Fifa foi árbitro por 15 anos e ainda lembra quanto sofrimento e auto questionamento estes profissionais enfrentam depois de um desempenho ruim.
– Para entender o que é a vida de um árbitro, tente ser um uma vez – disse o suíço em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters. “Tente, só para ver o que significa cometer um erro sério; e ser assassinado pela mídia no dia seguinte”.
– Só eu sei quantas horas passei olhando para o teto, sem dormir, por causa do meu erro… e se; que uma única decisão pode mudar sua vida – acrescentou.
Erro
Busacca disse que “um jogador pode ser muito ruim durante 89 minutos; aí ele marca um gol e de repente é um herói. Um árbitro pode ser o melhor do mundo durante 89 minutos, aí comete um erro e é assassinado”.
Para Busacca, o árbitro de vídeo (VAR) que será usado na Copa do Mundo deste ano na Rússia; para auxiliar os árbitros é uma rede de segurança mais que necessária que pode acabar com o purgatório dos juízes.
– Peço que nos deixem usar o VAR nestes momentos – disse ele à agência inglesa de notíciasReuters na lateral de um campo de treinamento de árbitros europeus; e africanos que apitarão partidas na Rússia. “Nossas carreiras e nossas vidas têm que mudar, têm que ser mais justas”.
Copas do Mundo
Busacca, cuja própria carreira incluiu duas Copas do Mundo e uma final de Liga dos Campeões; lembra de apitar uma partida “importante” da Champions na qual houve um lance para expulsão; mas sem que tivesse certeza de qual jogador cometeu a falta.
Ele não tinha o VAR para ajudá-lo, então recorreu ao que lhe pareceu a melhor opção — e consultou os jogadores envolvidos.
– Eu disse ‘por favor, me digam quem cometeu a falta porque senão pode ser meu último jogo’ – contou. “Os jogadores foram muito justos… um deles admitiu e dei o cartão vermelho”.
Busacca disse que, sem o VAR, os jogadores descobrem rapidamente o; que os replays da televisão mostram; enquanto o árbitro continua no escuro.
Jogadores
– Os jogadores recebem informação de fora do campo. Membros da equipe assistem à partida em um iPad, ou o técnico recebe um SMS – disse.
Com o sistema VAR, um árbitro treinado com acesso a um monitor de vídeo, e em comunicação constante com a principal autoridade da partida, verifica decisões que podem decidir o rumo do jogo.
Uma das queixas mais frequentes é que incidentes demais estão sendo revistos, mas Busacca disse que a última coisa que um árbitro quer é consultar o VAR.