Bremer deplora “barbárie” de iraquianos

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Publicado quinta-feira, 1 de abril de 2004 as 10:39, por: CdB

O assassinato e a mutilação de civis dos Estados Unidos no Iraque foi um ato bárbaro cometido por chacais humanos, afirmou nesta quinta-feira Paul Bremer, o norte-americano encarregado de governar o país.

“O que aconteceu em Falluja é um exemplo dramático da atual luta entre a dignidade humana e a barbárie”, disse Bremer em um pronunciamento feito diante de policiais que se formavam na academia de Bagdá.

“Os atos que vimos são desprezíveis e indesculpáveis. Isso viola os ensinamentos de todas as religiões, entre as quais o islamismo, bem como os fundamentos da sociedade civilizada. As mortes deles não ficarão impunes”, acrescentou.

Os civis, que trabalhavam para os EUA, foram atacados na quarta-feira quando passavam com seus veículos por dentro da instável cidade de Falluja (oeste de Bagdá). O local é um dos focos da resistência à ocupação liderada pelos norte-americanos.

Depois de os veículos terem sido atingidos por tiros, uma multidão enfurecida de iraquianos saiu às ruas para celebrar enquanto os corpos das vítimas eram incendiados e depois arrastados.
Alguns chutavam e batiam nos corpos incinerados, enquanto outros jogavam combustível sobre eles. Dois dos corpos, com algumas partes mutiladas ou arrancadas, foram dependurados em uma ponte no meio da cidade.

Bremer, cujo mandato termina em três meses, período ao final do qual os iraquianos devem reassumir o controle do país, disse aos policiais graduandos que eles representavam a linha entre a civilização e a barbárie. “Os covardes que agiram ontem (quarta-feira) representam o pior da sociedade. Vocês representam o outro Iraque, melhor e maior”, afirmou.

Os civis mortos trabalhavam para a empresa Blackwater, especializada em proteção pessoal e segurança. Muitos ex-membros de forças especiais dos EUA fazem parte da empresa.