A maioria dos britânicos considera que o seu governo e a administração norte-americana exageraram os dados de que dispunham sobre armas de destruição maciça no Iraque, para justificar a guerra, indica uma pesquisa.
De acordo com a sondagem, publicada na edição deste sábado do jornal britânico Times, 58% dos entrevistados pensam que Londres e Washington manipularam a opinião pública sobre a ameaça real que o regime de Saddam Hussein representava. Um terço das pessoas ouvidas diz que no futuro confiará menos no primeiro-ministro britânico, Tony Blair.
Já 39% dos entrevistadas acredita na interpretação feita dos relatórios dos serviços secretos, e 34% garante que continua a confiar em Tony Blair.
Ainda assim, é expressivo o apoio dos britânicos à guerra, com 70% das pessoas ouvidas pela pesquisa considerando que intervenção anglo-norte-americana foi justificada pelo simples fato de ter permitido a derrubada de Saddam Hussein. E 87% não duvidam que o antigo presidente iraquiano desenvolveu armas de destruição maciça, acreditando que a guerra as destruiu.
Nos últimos dois dias, as forças da coalizão no Iraque mataram 97 integrantes da resistência iraquiana. Passados dois meses desde a tomada de Bagdá pela coalizão, as forças norte-americanas e britânicas ainda não descobriram armas de destruição maciça no Iraque, a principal justificativa invocada para desencadear a guerra.