Cai o número de mães adolescentes no país

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Publicado sexta-feira, 16 de dezembro de 2005 as 14:11, por: CdB

A proporção de mães com menos de 20 anos de idade no Brasil tem diminuído nos últimos quatro anos. Segundo as Estatísticas de Registro Civil 2004, divulgadas nesta sexta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres nessa faixa etária foram responsáveis por 20,6% dos nascimentos, em 2004. Em 2000, esse número chegava a 21,3%.

Para a médica do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Celise Meneses, apesar da redução apresentada nos últimos anos, a proporção ainda é alta:

– É primordial haver um investimento na área da saúde do adolescente, não só nos grandes centros urbanos, como nas periferias das cidades e no interior. É preciso haver capacitação de profissionais que lidam com o adolescente.

Segundo Celise, a gravidez na adolescência e no início da fase adulta contribui para a perpetuação do ciclo de pobreza na sociedade. “O que acontece é que a menina abandona a escola e, por conseguinte, não tem qualificação e não consegue um trabalho. Uma coisa muito grave é que costumam ocorrer várias gravidezes seguidas no período da adolescência. Ela tem um filho, depois tem outro e a coisa fica cada vez mais complicada”, destaca.

Os dados da pesquisa do IBGE também revelam que os maiores índices de grávidas na faixa etária até 20 anos estão no Maranhão (28,4%) e no Tocantins (27,4%). São Paulo e Distrito Federal respondem pelos menores índices: 16,9% e 16,1%, respectivamente. Celise destaca a renda familiar é um dos fatores socioeconômicos importantes ligados à gravidez na adolescência.

– Sabe-se que as populações mais carentes apresentam uma incidência de grávidas adolescentes maior. No caso do Maranhão e do Tocantins, talvez, essa seja uma causa.